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Para não cair em escuta, quadrilha trocava número a cada dois dias

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(Foto: Divulgação)
Para não cair em escutas do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (GAECO/MS), integrantes da quadrilha envolvida em esquema de tráfico de drogas e que em um ano e meio movimentou R$ 15 milhões, trocava o número de celular a cada dois, três dias.A promotora do Gaeco, Cláudia Loureiro Ocariz Almirão, disse durante coletiva à imprensa na manhã desta terça-feira que a comunicação da quadrilha era feita principalmente pela internet ou pessoalmente. Para melhor apurar essas conversas, foram feitas apreensões de computadores e documentos na casa dos envolvidos e de quatro garagens - três em Dourados e uma em Ponta Porã.Durante um ano e meio de investigações o Gaeco descobriu que eram transportados cocaína de Ponta Porã para o interior dos Estados de São Paulo e do Paraná. O chefe da quadrilha, segundo a promotora, era Wilton Leite da Costa, conhecido como “Vila Vargas”, que tinha Gustavo Belmont da Silveira como um de seus homens de confiança, responsável pela logística do transporte da droga e recrutamento de pessoas.Para burlar vistoria policial, a cocaína, segundo Cláudia Almirão, era escondida em dispositivos no painel dos veículos. Por mês, a quadrilha de Wilton encaminhava uma média de duas remessas de 30 kg da droga para São Paulo e Paraná. A moeda de pagamento era feita com dinheiro e veículos, colocados à venda em três garagens em Dourados e uma em Ponta Porã. Sabemos é que essas garagens tinham negócios com Wilton, explica a promotora. Agora, com apreensão de documentos, vamos investigar o grau de relação entre eles, afirmou. De oito mandados de prisão cumpridos na manhã de hoje, nenhum deles é garagista.O promotor criminal João Linhares Júnior chegou a comparecer nesta manhã em uma das garagens em Dourados, localizada na rua Hayel Bon Faker. Segundo ele, não havia livro caixa na empresa e a movimentação financeira era feita com anotações em caderneta, meio informal, na avaliação do promotor, para se fazer lavagem de dinheiro, porque basta o vendedor assinar o recibo e não datar que a pessoa fica com tempo disponível para repassar o veículo e inclusive burlar o fisco.Muitos desses carros comercializados nas garagens são de luxo. Alguns chegaram a ser apreendidos. Veículos adquiridos nesses estabelecimentos em boa fé não serão apreendidos.