Se de um lado a prefeitura diz que não irá pagar sozinha a conta mensal de R$ 4,2 milhões para ajudar no custeio da Santa Casa, de outro, a administração do hospital ameaça paralisar alguns serviços da instituição se não houver acordo com o poder público nos próximos 30 dias.Além de milionário, o impasse é antigo. Em dezembro do ano passado, quando o contrato entre a Santa Casa e a prefeitura expirou e a administração municipal não sinalizou renovação, o hospital ameaçou interromper serviços prestados em convênio com o Sistema Único de Saúde (SUS).Depois da renovação, o valor saltou para R$ 4,2 milhões mensais, que são repassados mensalmente à unidade de saúde para auxiliar no custeio mensal do hospital, de R$ 19 milhões. No entanto, o termo aditivo venceu ontem e a prefeitura não sinalizou a renovação.O problema é que a prefeitura afirma que não irá mais arcar com os R$ 4,2 milhões sozinha. A justificativa do executivo está na quantidade de pacientes do interior do Estado que o hospital atende, mais de 30%. Conforme a prefeitura, por mês, o governo do Estado repassa ao hospital R$ 1,5 milhão.Enquanto o impasse não é resolvido, a Santa Casa ameaça paralisar alguns serviços e setores do hospital. Em entrevista à imprensa nesta manhã, o presidente da Associação Beneficente Campo Grande (ABCG), Wilson Teslenco, deu o prazo de 30 dias para a prefeitura resolver o problema e renovar o convênio.“Não se trata de mais uma crise, essa é a mesma dificuldade que se arrasta há muitos anos”, disse o presidente.Em nota divulgada ontem no site da prefeitura, o prefeito Gilmar Olarte (PP) afirma que não irá pagar a conta integral. “Vivemos um período de queda na receita, que vai nos obrigar a tomar medidas duras de corte de gastos, o que torna impossível manter este desembolso sem uma contrapartida de 50% do Governo do Estado”, disse.