Publicado em 09/06/2015 às 03:00,

Nova Andradina: HR não tem como reajustar salários dos profissionais de enfermagem, diz direção

Redação, Nova News
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(Foto: Divulgação)
Na manhã desta segunda-feira (08), a reportagem entrou em contato com o diretor do Hospital Regional (HR) de Nova Andradina, Tito José, que explicou que a Fundação de Saúde de Nova Andradina (Funsau-NA) tem conhecimento da defasagem de salário, não só dos enfermeiros, mas de todos os funcionários do HR, porém todas as negociações devem ser pautadas sobre valores reais e a situação atual do Hospital Regional é de um déficit de quase R$ 3 milhões. De acordo com o diretor, com os altos índices de inflação, uma dívida ativa  no INSS e ISSQN, fornecedores atrasados e municípios vizinhos inadimplentes com referência aos repasses mensais, a receita do HR, que hoje gira em torno de R$ 950 mil, não está sendo suficiente para manter todas as despesas da unidade, que hoje conta com cerca de 200 funcionários.Tito José explica que, atualmente o HR, recebe repasses mensais de R$ 220 mil do Governo Federal, R$ 230 mil do Governo Estadual, R$ 250 mil do Governo Municipal, R$ 146 mil através da Rede de Urgência e Emergência (RUE) e R$ 10 mil de cada município vizinho, englobado pelo território de atendimento do Hospital Regional. Segundo o diretor do HR, os valores deveriam sofrer alteração e juntos, os Governos Estadual e Federal teriam que aumentar o repasse de R$ 450 mil para R$ 800 mil, para que, desta forma, a unidade conseguisse estabilizar um déficit mensal de R$ 300 a R$ 350 mil.“Há cerca de 30 dias, estive reunido com a presidência do Sindicato dos Enfermeiros na Capital do Estado e, na ocasião, repassei toda a situação atual enfrentada pelo HR. Na semana passada, dia 03, tive uma audiência com o secretário de saúde do Estado, que também foi colocado a par de todas as dificuldades do hospital. Nós temos consciência de que a inflação anual desvaloriza o salário dos servidores, mas temos que trabalhar em cima de valores possíveis e, nesse momento, o hospital não apresenta uma realidade estável”, concluiu.De acordo com Tito José, no dia 30 de abril, data da inauguração do novo Paço Municipal se Nova Andradina, oportunidade em que o governador Reinaldo Azambuja (PSDB) esteve no município, foi apresentado um pedido de aporte no repasse, que passaria de R$ 230 mil para R$ 580 mil. Tito explica que sem uma posição do Governo do Estado, o Hospital Regional não tem condições de fazer qualquer tipo de negociação salarial.Tito explica que essa realidade de dificuldade é enfrentada também em outras cidade do Estado, inclusive em Campo Grande. “Dourados, Naviraí, Paranaíba e a própria Capital passam por várias dificuldade no mesmo sentido. Nosso salário comparado com outros municípios do MS não é um dos piores, o que não significa que não precisa de reajustes, porém, a realidade do HR é essa. Enquanto o Estado não se pronunciar, não há como proceder as negociações”, finalizou.    Entenda o casoProfissionais de enfermagem do Hospital Regional (HR) Francisco Dantas Maniçoba, em Nova Andradina, organizam uma passeata para esta terça-feira (09). O motivo do ato seria a insatisfação devido à suposta falta de avanços nas negociações salariais referentes às datas bases dos anos 2014/2015 e 2015/2016.Segundo a organização da passeata, a concentração dos profissionais ocorrerá na Avenida Antônio Joaquim de Moura Andrade, em frente à Concessionária Perkal, a partir da 08h. De lá, o grupo deve percorrer a região central da cidade a chegar à Câmara Municipal, onde colocará em votação o indicativo de greve. Segundo o presidente do Sindicato dos Profissionais de Enfermagem de Mato Grosso do Sul (SIEMS), Lázaro Santana, a greve pode ter início nos próximos dias. “Inicialmente buscamos o apoio da sociedade diante do descaso que os profissionais têm sofrido com o congelamento salarial e com a postura do poder público em não avançar nas negociações”, disse.O presidente ainda explicou que a intenção da classe seria resolver o impasse sem a necessidade de medidas extremas.  “Tentamos negociar pacificamente, mas diante da inflexibilidade patronal poderemos deflagrar a greve na próxima semana, alertou Santana, ao convocar toda a classe para participar do ato.