Os servidores do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Mato Grosso do Sul (IFMS), campus Nova Andradina, comunicaram, por meio de nota, a adesão ao movimento nacional dos servidores federais da educação, iniciado no último dia 24. A greve geral, deflagrada por tempo indeterminado, suspende as aulas dos institutos federais em todo o país.A paralisação decorre, entre vários motivos, inicialmente da negativa do governo em atender às reivindicações de recomposição salarial linear (27,3%). A categoria não solicita tão e simplesmente “aumento” salarial, mas alega que a reivindicação trata-se, antes de tudo, de recompor a defasagem dos ganhos frente ao avanço da inflação dos últimos anos.Segundo a categoria, os servidores não dispõem de data-base, ou seja, os salários não são recompostos automaticamente frente aos avanços inflacionários anuais. Diante tal condição, a classe alega não ter outra opção, senão a mobilização grevista pela garantia de direitos. Cientes das dificuldades e prejuízos que por ventura venham ocorrer, os servidores esclarecem a conjuntura que os levou à paralização. Em carta aberta à sociedade, a classe alega que “o governo Dilma, em seu perverso pacto com as elites conservadoras do país, anunciou cinicamente o lema de seu novo mandado com o objetivo de construir uma Pátria Educadora, no entanto, a prática do governo nos últimos meses atesta de maneira brutal o caminho inverso. Dilma Rousseff promoveu na educação um dos maiores cortes globais desde o anúncio do chamado ajuste fiscal”. Nas palavras dos grevistas, até o momento, os cortes estão na casa dos R$ 9,4 bilhões. Tanto nas universidades, quanto nos institutos federais, os cortes afetaram todos os serviços, obras estão paradas e bolsas estudantis atrasadas. “Cabe informar que vivemos não apenas uma crise econômica, conforme alegação dos grandes meios de comunicação, estamos, na verdade, diante uma crise constitucional sem precedentes, afinal, a verba da educação para as despesas discricionárias caiu de R$ 48,81 bilhões para R$ 39,38 bilhões”, afirma o movimento.De acordo com a categoria, este fato torna a situação mais grave à medida que com os cortes do “ajuste fiscal”, os setores mais afetados seriam a educação, a saúde e a moradia. “Diante de tal quadro, temos convicção de que nossa luta não se restringe apenas a interesses imediatos, trata-se de uma mobilização nacional pela consciência cidadã, da garantia da soberania nacional e, sobretudo, da luta pela dignidade do povo brasileiro na busca da garantia de um dos mais importantes direitos constitucionais: o acesso à educação pública de qualidade”, diz um trecho da carta aberta.Outras reivindicaçõesSegundo o Sindicato Nacional dos Servidores Federais da Educação Básica e Profissional (SINASEFE), a classe luta também por outras reivindicações, que foram elencadas a seguir:Política salarial permanente, com correção das distorções e reposição das perdas;Reposição das perdas inacionárias com o índice linear de 27,3%;Data-base em 1º de maio;Direito de negociação coletiva (convenção 151 da OITParidade salarial entre ativos e aposentados;Retirada dos projetos do Congresso Nacional que atacam os direitos dos trabalhadores;Aprovação imediata dos projetos de interesse dos trabalhadores;Isonomia salarial e de todos os benefícios entre os três poderes;Anulação da Reforma da Previdência de 2003, realizada através da compra de votos dos parlamentares;Extinção do fator previdenciário;Incorporação de todas as graticações;Aprovação da PEC 170/2012 (aposentadoria integral por invalidezRevogação da Funpresp e da Ebserh (Previdência Privada criada pelo GovernoEleições (consulta) para Diretores Gerais, Diretores de Ensino, Coordenadores e demais cargos e funções;Entrega das Obras de Campo Grande e Corumbá.