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Com Bruno em liberdade, mãe de Eliza teme pela segurança dela e do neto

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(Foto: Divulgação)
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Sônia mora com o neto Bruninho em distrito de Campo Grande Conteúdo relacionadoMinistro do STF manda soltar goleiro BrunoA notícia da liberdade liminar do ex-goleiro do Flamengo Bruno Fernandes de Souza, de 32 anos, pegou a família de Eliza Samudio de surpresa. Além do sentimento de injustiça, a mãe da jovem, assassinada a mando do ex-jogador em 2010, relatou o medo pela segurança dela e do neto, de 5 anos, de quem cuida desde a morte da filha.Na tarde desta sexta-feira (24), a advogada da família, Maria Lucia Borges, descreveu o desespero que a mãe de Eliza sentiu ao saber que o assassino da filha estaria mais uma vez solto. “Ela teme pela integridade física dela e do neto. Ela só vê essa busca por recursos por parte dos advogados do Bruno, mas ninguém fala do corpo da filha.Conforme a advogada, a cliente afirmou que precisa viver as escondidas” e que se ele [Bruno] fez aquilo com minha filha, imagina comigo e com meu neto. Desde 2010, a mulher cria o neto, Bruninho, filho de Eliza com o ex-goleiro do flamengo e durante todo esse tempo, nunca recebeu nenhum tipo de apoio financeiro para isso.Segundo a defesa, a família tenta manter o menino longe das notícias que cercam a morte da mãe, o que a advogada afirmou ser impossível. “A avó tenta o manter longe desse tipo de notícia, como a de hoje. Mas é impossível. Ele já sabe que o próprio pai mandou matar a mãe”.Bruno estava preso desde 2010, por homicídio triplamente qualificado e ocultação de cadáver de Eliza Samudio, além de sequestro e cárcere privado do filho que ele teve com Eliza. Em 2013 foi condenado pelo tribunal do júri há 22 anos e três meses em regime fechado e cumpria pena desde 2015 na Apac (Associação de Proteção e Assistência ao Condenado).Maria Lucia Borges - Advogada da família de Eliza Segundo Maria Lucia Borges, a liminar que libertou Bruno foi concedida por conta do excesso de prazo da sentença de primeiro grau. Na prática, a defesa do ex-goleiro usou o fato do cliente ter permanecido preso por três anos sem julgamento para conseguir, anos depois, sua liberdade. Na justiça brasileira, réu preso tem preferência nos julgamentos do tribunal do júri.Mesmo a notícia da liberdade de Bruno ser novidade para os familiares de Eliza, Maria Lucia afirmou que já esperava a liminar. Isso porque a medida tomada pelos advogados do ex-jogador não é novidade. Desde 2013 eles tentam libertar Bruno da mesma maneira, como explica a advogada.O primeiro pedido de habeas corpus foi feita ainda em 2013, direto ao Tribunal do Júri. O pedido foi negado e um novo documento, pelos mesmos motivos, enviado ao STJ (Supremo Tribunal de Justiça), onde também foi negado. O caso então foi para o STF (Supremo Tribunal Federal), onde deveria ser analisado pelo ministro Teori Zavascki. Com sua morte, no mês passado o pedido foi repassado para o ministro Marco Aurélio Mello.Maria Lucia explicou que agora a defesa espera que o MPF (Ministério Público Federal) se manifeste contra decisão. “Mas se a procuradoria for a favor, então que o Tribunal do Júri de Minas Gerais confirme a sentença que foi dada pelo tribunal do júri, para que ele cumpra em regime fechado”, concluiu.