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Golpe milionário de mãe de santo teve origem em consultas espirituais via internet

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(Foto: Divulgação)
Internet é usada para atrair vítimas. O golpe contra empresa de agronegócio em MS que desviou R$ 50,8 milhões teve origem em consultas espirituais via internet, iniciadas há cerca de dois anos. A informação é do delegado Rodolfo Daltro, responsável pelo SIG (Setor de Investigações Gerais) que comanda as investigações que envolve uma funcionária e duas “mães de santo”.“Essa moça que caiu no golpe alega que procurou ajuda espiritual e pesquisou na internet em busca de mãe de santo famosa e deu no que deu”, afirma Daltro, ressaltando que as pessoas precisam ficar mais alertas para em relação ao uso da internet,  que atualmente na maioria das vezes oferece soluções fáceis.O delegado também explica que praticamente em todos golpes, o estelionatário sempre propõe algum negócio vantajoso para a vítima. Ele cita como exemplo uma venda de carro. Geralmente a pessoa põe um preço maior para negociar. Aí o golpista aparece e diz que paga os R$ 10 mil e ela acaba entrando no golpe.Já nos casos desses golpes espirituais, de alguns tarólogos e supostas  mães e pais de santo, o delegado explica que quase sempre eles se valem de um momento de fraqueza da pessoa. “Que foi o que aconteceu com essa funcionária, que passou a ser ameaçada a ponto desviar quantias milionária da empresa que trabalhava”, comenta.Por outro lado, ao mesmo tempo em que pode ser utilizada como armadilha, a internet também pode ajudar a evitar determinadas situações, por meio de sites de monitoramentos . Nesse caso que envolve a funcionária da empresa de agronegócios, a mãe de santo paulista que recebeu as transferências milionárias  já colecionava algumas reclamações em sites especializados em monitorar falsos gurus e contava em uma lista de “picaretas”.A reportagem do Midiamax teve acesso a um desses endereços virtuais e descobriu relatos sobre a suposta “mãe de santo” que vendia soluções fáceis para desajustes familiares, amores não correspondidos e problemas relacionados ao trabalho. “Parece tudo muito sério. Ela manda foto do trabalho, depois do depósito começou ficar grossa toda vez que eu perguntava algo”, conta uma internauta em nota postada em desses sites.”“Passando 21 dias, fui perguntar se ela iria refazer o trabalho, pois não tinha dado certoEla foi bem. Grossa dizendo q o trabalho foi simples que o que eu paguei não pagava o serviço dela e que não iria refazer pra eu me virar e vi que tinha caído num golpe”, comenta a mesma cliente enganada.Sem tabela“Nossa religião muitas vezes tem sido associada à práticas ilícitas. Mas esses atos são de pessoas mal intencionadas, como é o caso dessas pessoas que se identificaram como mães de santo e incentivaram a prática do golpe. Não quero jugar ninguém, mas elas são criminosas”, comenta Darlei Rodrigues dos Santos, o Pai Darlei, que dirige o terreiro Casa da Cultura Umbanda Filho de Ogum, em Dourados.Segundo Pai Darlei, entre as pessoas que praticam a religião afro de raiz, não existe tabela de cobrança de preços. “Antes de procurar um terreiro de umbanda ou qualquer outra religião, as pessoas precisam saber a história de cada pessoa. Não dá pra ir acreditando no primeiro charlatão que aparece”, orienta o religioso, ressaltando que no caso dele, quando a pessoa oferece dinheiro, ele pede incenso ou vela.“Não existe cobrança de valores aqui no nosso terreiro. Eu sobrevivo do meu trabalho que é duro, até porque trabalho literalmente em uma pedreira. Pratico a religião para fazer caridade, aconselhar as pessoas para seguirem o caminho do bem. O resto é charlatanismo”, conta Pai Darlei.