Exame de ultrassom revelava gravidez ectópica na trompa esquerda. Uma jovem de 25 anos, que terá a identidade preservada, teve a vida virada do avesso ao dar entrada com fortes dores abdominais na Santa Casa de Campo Grande, no dia 25 de setembro deste ano. A paciente acabou ficando estéril ao ter as duas trompas retiradas em cirurgia no hospital e se considera vítima de erro médico cometido por profissionais da unidade.Conforme a denúncia, a vítima deu entrada no hospital com dores, sendo diagnosticada com gestação ectópica, quando o óvulo fertilizado acaba ficando fora do útero, danificando os órgãos próximos. Após dois dias, ela foi levada para realizar uma cirurgia de emergência.O médico teria informado que seria necessário retirar a trompa direita da jovem. No dia seguinte da operação, ela recebeu alta e o profissional a acalmou afirmando que após a recuperação, ela poderia tentar uma nova gravidez com apenas uma das trompas no corpo.Porém, no dia 5 de outubro as dores retornavam e ela foi levada pelo Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) de volta para a Santa Casa. Uma nova média explicou que a gestação ectópica estava localizada, na verdade, na trompa esquerda, sendo necessária uma remoção do órgão, que foi feita no mesmo dia. Com isso, a jovem de 25 anos teve as duas trompas retiradas e ficou estéril.Os advogados Luis Eduardo Mabham e Francielli Salazar acompanham o caso e representarão a jovem na Justiça. “Por causa da situação, ela ainda está muito abalada. Com todo esse processo de idas e vindas ao médico e o repouso, foi demitida do trabalho”, disse Mabham.Os profissionais estão analisando o prontuário médico e devem iniciar uma petição. “Nós recebemos a denúncia há pouco tempo, mas inicialmente, já podemos ver o erro. O médico disse para ela que o exame de ultrassom estava errado, operando a trompa errada. Ela é muito jovem, o que agrava a situação”, explicou Francielli.Sem filhos, a jovem diz que os profissionais da Santa Casa chegaram a oferecer um tratamento de fertilização. “Eles disseram que ela teria desconto em uma clínica para fertilização in vitro, mas ela não tem condições, é uma pessoa humilde”, finaliza a Dra.A paciente deve ser ouvida pelo CRMMS (Conselho Regional de Medicina de Mato Grosso do Sul), que deve abrir procedimento para apurar o caso nos próximos dias.Em nota, a assessoria de imprensa da Santa Casa disse ao Jornal Midiamax que o caso não chegou ao conhecimento do setor jurídico do hospital, por isso, não comentará sobre o caso.