Túnel de 63 metros foi aberto para acessar cofre do banco Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul autorizou a quebra do sigilo telefônico de sete criminosos acusados de cavarem um túnel e tentarem invadir a central do Banco do Brasil, em Campo Grande. Pedido foi feito no inquérito policial e deferido pela juíza do plantão judicial Luciane Buriasco Isquerdo.Polícia Civil pediu autorização judicial para acessar dados e conversas de WhatsApp nos celulares apreendidos no flagrante, visando a “demonstração de todas as circunstâncias dos crimes em apuração”.Na deferimento do pedido, magistrada cita o artigo 5.o., XII, da Constituição Federal, cuja redação diz que é “inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações telegráficas, de dados e das comunicações telefônicas, salvo, no último caso, por ordem judicial, nas hipóteses e na forma que a lei estabelecer para fins de investigação criminal ou instrução processual penal”.Conforme a juíza, a interceptação telefônica e acesso aos dados não pode ser autorizada sem que haja indícios razoáveis da autoria ou participação ou participação no crime quando a prova puder ser feita por outros meios e quando o fato investigado constituir infração penal punida com, no máximo, detenção.Para a magistrada, constam nos autos indícios seguros de autoria e prova de materialidade de que os indiciados são responsáveis pela tentativa de furto.“Como afirma o Ministério Público, não há como se fazer prova por outros meios para se obter a identidade dos demais envolvidos na empreitada criminosa, principalmente as demais pessoas citadas nas investigações como de alcunha “Barba” e “Véio”, pois nos aparelhos celulares dos envolvidos podem estar depósitos de inúmeros dados confidenciais da pessoa, conversas, dados bancários, fotos, dentre outros que podem esclarecer a forma de atuação e identidade de todos os envolvidos”, disse a juíza na decisão.Também foi pedido o deferimento para coleta de material genético dos indiciados para subsidiar outras investigações, o que foi negado pela Justiça devido a não visar apurar crimes citados na inicial.Foram indiciados pelos crimes de furto qualificado, integrar organização criminosa armada, receptação, porte/posse de arma de fogo de uso restrito e resistência Bruno de Oliveira Souza, Eliane Goulart Decursio de Brito, Francisco Marcelo Ribeiro, Gilson Aires da Costa, Lourinaldo Belisário de Santana, Robson Alves do Nascimento e Wellington Luiz dos Santos Júnior. Todos terão os telefones periciados. O CasoTúnel de mais de 63 metros foi escavado pela organização criminosa, na tentativa de roubar a Central do Banco do Brasil, no dia 22 de dezembro de 2019. A sede do Banco do Brasil, localizada no bairro Monte Castelo, é responsável em abastecer todas as agências do Estado e movimenta, aproximadamente, R$ 200 milhões por dia. O início do túnel começou em uma casa, localizada na Rua Alegrete, próxima a Central. Criminosos colocaram escadas e sustentaram o túnel com colunas.As investigações, de acordo com o delegado da Polícia Civil Fábio Peró, duraram mais de seis meses. A organização criminosa é especializada em assaltos à bancos em todo o país. De acordo com Peró, várias pessoas participaram da escavação do túnel, não apenas os seis que foram presos e dois que morreram em confronto com a polícia. O delegado explicou ainda que era feito uma espécie de “rodízio” na escala para cavar o túnel que dá acesso à Central. Todos os criminosos vieram de outros estados, do Sudeste e do Nordeste brasileiro.O túnel foi fechado com concreto no dia 26 de dezembro.
Justiça autoriza quebra de sigilo telefônico de quadrilha que cavou túnel para roubar banco
Redação, Correio do Estado
07/01/2020 às 02:00 •