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Mãe e padrasto abandonam crianças

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(Foto: Divulgação)
Crianças foram encontradas abandonadas em uma residência na área rural do distrito de Vila São Pedro O Conselho Tutelar resgatou quatro crianças que estavam em situação de abandono no Distrito de Vila São Pedro em Dourados, na noite de anteontem. Um bebê de 10 meses era cuidado pelas crianças de 13, 10 e 8 anos de idade que teriam ficado sozinhas por várias horas. O caso revela uma prática comum no município, que é alvo de diversas denúncias aos conselheiros.No caso de anteontem, após receber o chamado o Conselho Tutelar enviou equipe até a casa da família, localizada numa chácara. Segundo a conselheira, Maria de Lourdes da Silva Paiva, as crianças disseram na ocasião que a mãe e o padrasto haviam saído para resolver um problema.A equipe entrou em contato com a mãe por telefone que disse já estar voltando para casa, porém as conselheiras aguardaram quase duas horas pelos responsáveis que não chegaram. A polícia realizou rondas pela região, mas não encontrou o casal. As crianças foram encaminhadas para um abrigo de menores. O caso foi registrado na Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário) de Dourados, como abandono de incapaz.Na manhã de ontem o conselho entrou em contato com a mãe novamente e pediu que ela e o marido fossem até o órgão. A mulher que não teve o nome divulgado informou aos conselheiros, que o casal mora na cidade há pouco mais de um mês e que veio do interior do Rio Grande do Sul para trabalhar.Após serem ouvidos, a mãe e o padrasto levaram as crianças de volta para casa e agora serão monitorados pelo Conselho. “Eles levaram uma advertência e agora serão monitorados constantemente por nós. Como foi registrado um boletim de ocorrência eles serão chamados para prestar depoimento sobre o caso. Se forem flagrados novamente deixando as crianças sozinhas, a mãe poderá perder a guarda dos filhos”, lembra Maria.Ela lembra que órgão recebe vários chamados semelhantes, mas este chamou a atenção. “Atendemos diversos casos assim na cidade, mas neste especificamente recebemos a ligação já era tarde da noite, as conselheiras foram ate lá e ficaram admiradas com a situação, porque uma criança de 13 anos não pode se responsabilizar pelas outras e muito menos por um bebê de 10 meses. A situação era bastante complicada”, contou a conselheira.COMUMAinda conforme Maria, casos de abandono de incapaz registrados em Dourados são bastante comuns. Em média cinco casos por mês chegam até o Conselho. Os mais frequentes são classificados de duas formas. O primeiro é que existem os pais relapsos que realmente abandonam os menores sem qualquer preocupação.O segundo é que os pais deixaram as crianças sozinhas, mas se justificam pelo trabalho e por não ter com quem deixá-los, sem babá ou um parente mais próximo para ajudar e até mesmo sem vaga nas creches eles se veem obrigados a deixa-los sozinhos. Porém os dois casos são tratados como abandono de incapaz.A primeira medida é dar uma advertência aos pais e depois buscar soluções junto ao governo municipal para tentar solucionar o problema. Seja vaga em creches, escolas ou alguém que possa cuidar dos menores, alguma medida será tomada para que os menores não fiquem abandonados.Toda crianças que for encontrada em situação de abandono é encaminhada a um abrigo, caso não tenha um familiar mais próximo para cuidá-la. Caso os pais já sejam reincidentes no abandono de menor, o Conselho Tutelar faz um encaminhamento à vara da infância informando a situação da família. O órgão orienta os pais para solução do caso, se não acatarem a decisão da justiça, algum familiar mais próximo poderá ficar com a guarda do menor ou a criança passa a morar em abrigo a espera de uma nova família. (Jéssica Sampatti, de Dourados)