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Me sinto acabado, diz tio de criança morta durante festa em escola

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(Foto: Divulgação)
Beatriz Angélica Mota morava com pais e irmãos na zona rural de Juazeiro.Hoje eu me sinto muito abalado, muito acabado. Essa foi a declaração de Antônio Ferreira da Silva, do tio avô da criança de 7 anos que foi morta a facadas durante uma solenidade de formatura em uma escola particular de Petrolina, no sertão de Pernambuco. Beatriz Angélica Mota morava com os pais e irmãos em uma chácara na zona rural de Juazeiro, região norte da Bahia. O pai da menina era professor de inglês da instituição. A família está em estado de choque.O clima de comoção tomou conta do Centro de Velórios da cidade baiana, onde o corpo da criança é velado nesta sexta-feira (11). A movimentação é grande de parentes e amigos desde a manhã.Ele [pai da criança] é uma pessoa que não merecia passar por isso. Uma pessoa bem informada, muito bom, começando a vida. Eu choro por ele, sinto muito por ele. Eu sei que ele e a nossa família não éramos para passar por isso, se emocionou o tio avô da vítima .A previsão é de que o sepultamento seja realizado na comunidade de Lagoa da Pedra, distrito de Maniçoba, interior de Juazeiro, no final da tarde desta sexta-feira. Durante a manhã, estudantes realizaram um ato de homenagem em frente a escola onde criança foi morta. Eles se reuniram para fazer uma oração e pedir paz e Justiça.CrimeBeatriz Angélica Mota, de 7 anos, foi assassinada na noite de quinta-feira (10) com vários golpes de faca, durante uma solenidade de formatura do Colégio Nossa Senhora Maria Auxiliadora, no Centro de Petrolina, no Sertão de Pernambuco.A vítima estudava no colégio e era filha de um professor de inglês da mesma instituição. O colégio ainda não se pronunciou sobre o caso.Segundo a Polícia Militar, a menina foi ao evento com a mãe, Lúcia Mota, e o pai, Sandro Romildo. O professor saiu de perto delas para participar da cerimônia. Minutos depois, a mãe percebeu que a filha tinha sumido.Uma testemunha que estava na festa e que preferiu não se identificar contou o que viu. “Já perto do final da festa, quando a banda tocava, o professor Sandro subiu ao palco, já bastante angustiado e começou a chamar pela filha dele, perguntando: Bia, minha filha, cadê você? Pessoal, alguém achou a minha filha?, afirmou. A testemunha disse que, depois, o pai foi ao palco mais uma vez para chamar pela filha, dizendo que já tinha procurado em todos os lugares.Nesse momento, a festa parou, e todo mundo começou a deixar o centro da quadra. Foi quando o pessoal ouviu um barulho, muitos gritos. E as primeiras pessoas que entraram [num depósito de material] já saíram chorando e dizendo que tinham encontrado a menina morta”, relatou.A criança foi achada em um local reservado, um depósito de material esportivo desativado, ao lado da quadra de esportes onde acontecia a formatura. Ela tinha ferimentos no tórax, membros superiores e inferiores. A polícia descartou a possibilidade de violência sexual.A faca usada no crime, de tipo peixeira, foi encontrada cravada na região do abdômen da criança.InvestigaçõesA Polícia Militar (PM), Polícia Civil (PC), Instituto de Medicina Legal (IML) e o Instituto de Criminalística (IC) foram acionados. A área foi isolada e foi feita uma varredura no colégio para tentar encontrar vestígios do crime.A delegada responsável pelo caso, Sara Machado, informou que havia poucas crianças da mesma idade no local e que a mãe logo percebeu a ausência da filha.O crime, que infelizmente aconteceu de forma bárbara, chocou toda a população de Petrolina, disse Sara. Segundo ela, a Delegacia de Homicídios já investiga o caso.Os policiais estão fazendo o levantamento em relação a testemunhas, câmeras de segurança e outros meios de provas que possam levar à elucidação do crime”, afirmou. Câmeras de segurança do colégio, de estabelecimentos comerciais próximos e da equipe contratada para fazer a filmagem do evento já foram solicitadas.A polícia apura se o suspeito entrou pela porta principal, que dava acesso à quadra, porque o colégio possui sensor de movimento e, se alguém tivesse pulado o muro, o alarme teria disparado.A delegada pediu ainda a colaboração da comunidade para chegar ao autor do crime. “Aproveitamos para fazer um apelo às pessoas que estavam participando do evento, que, porventura, tenham feito gravações de aparelho celular, fotografias e todos os meios de gravação digital, que procurem a Delegacia de Homicídio. Estaremos com uma equipe de prontidão para analisar essas imagens e esses aparelhos não ficarão apreendidos”, disse a delegada.Sobre imagens de possíveis autores do crime que circulam em redes sociais, Sara Machado diz que são apenas boatos.“Essas fotografias são falsas. Não foram divulgadas pela Polícia Civil. Inclusive, a polícia vai investigar quem está divulgando, de maneira equivocada e precipitada, as imagens. [...] Ainda não temos nomes de suspeitos”, revelou.Segundo a delegada, a polícia não tem contado com o apoio da família nesse momento da investigação, porque todos estão em estado de choque.