Buscar

No WhatsApp, delegado desqualifica vítima de estupro coletivo: ela teve relação consentida 

Cb image default
(Foto: Divulgação)
Cb image default
(Foto: Divulgação)
Cb image default
(Foto: Divulgação)
Cb image default
(Foto: Divulgação)
Durante uma conversa em um grupo de WhatsApp, o delegado Alessandro Thiers, titular da Delegacia de Repressão a Crimes de Informática (DRCI), do Rio de Janeiro desqualifica a jovem que denunciou um estupro coletivo a ele. No texto, o policial - afastado do caso neste domingo (29), após um pedido da então advogada da vítima, Eloisa Samy - afirma que não houve estupro.Alguns esclarecimentos sobre os fatos, começa ele, para em seguida dizer que o termo de declaração da adolescente foi filmado. E vai além, afirmando: não houve estupro. Ele ainda comenta a entrevista da jovem ao Fantástico, na qual ela contou detalhes sobre como se sentiu após o estupro coletivo: No Fantástico era outra pessoa. Sabe que temos fortes indícios de que não existiu estupro.O delegado ainda faz referência ao estado das partes íntimas da jovem no vídeo.Nas conversas obtidas pelo Jornal Extra, o policial prossegue: Ela teve relação consentida com uma pessoa e não usou drogas ou álcool nesse dia, conforme ela e as pessoas que estavam com ela declararam. O relato de abuso que ela fala no Fantástico, ela relata que foi há tempos atrás e inclusive que os autores não foram mortos pelo chefe do tráfico local (Da Russa) por pedido da adolescente. O único crime seria a divulgação do vídeo.Sobre o número de pessoas que, segundo a jovem, a estupraram, Thiers diz que ele é alusão a um funk: Os 33 no vídeo foi alusão a um funk onde diz mais de 20 engravidou (sic), onde o autor do vídeo diz que engravidou mais de 30 em alusão ao funk para tirar onda de comedor.O delegado ainda diz que tem o envolvimento claro da adolescente com pessoas ligadas ao tráfico, tendo a mãe inclusive declarado que a filha é a todo o momento aliciada e que bastaria saber atirar para trabalhar no tráfico.Ainda de acordo com Thiers, a advogada, que acompanhou os termos junto com a mãe, pediu à adolescente que parasse de responder perguntas quando estava sendo questionada se conhece pessoas ligadas ao tráfico local, conforme declarado pela mãe e pela própria adolescente, alegando que essas respostas poderiam incriminá-la, mas a intenção era tentar ver se ela reconhecia algum dos alegados 33 que estariam no quarto.O delegado diz que diversas pessoas, inclusive a própria adolescente, confirmaram que a mesma frequentava a comunidade da Barão (o morro na Praça Seca, na Zona Oeste do Rio, onde a jovem contou que crime ocorreu), inclusive com contato direto e íntimo com traficantes da área.E, no fim, Thiers insinua que a adolescente pode ter sido influenciada por Elisa Quadros, a Sininho - ativista acusada de envolvimento com uma série de protestos violentos ocorridos no Rio em 2014 -, já que Eloisa defende outros ativistas. Por fim, tem que ser melhor investigado a participação de Eloisa Samy e Sininho influenciando a adolescente a apresentar da versão de estupro coletivo na polícia.