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Padre e coroinha faziam sexo em motéis à tarde, diz polícia em MS

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(Foto: Divulgação)
O padre Jocerlei José Tavares, 44 anos, e a coroinha de 16 anos, que está grávida dele, se encontravam desde o fim de novembro em motéis de Campo Grande, segundo investigações da Polícia Civil. O líder religioso foi afastado das funções pela Arquidiocese de Campo Grande.Na época do afastamento, a reportagem entrou em contato com o padre. Por mensagem de texto, ele não quis comentar o caso e pediu para a reportagem falar com a Arquidiocese. Nesta sexta-feira, a equipe voltou a fazer contato com Jocerlei, mas ele não atendeu às ligações e não respondeu às mensagens.A delegada Daniella Kades, adjunta da Delegacia Especializada de Atendimento à Criança e ao Adolescente (DEPCA) disse a reportagem, nesta sexta-feira (16), que os encontros sexuais eram durante a tarde, período em que a adolescente falava para a família que estava na igreja. O padre buscava a garota com o carro da igreja e os dois seguiam para o motel.A menor falou que o relacionamento amoroso com o padre foi de consentimento de ambos, ela consentiu com todas as relações que eles tiveram, que foram cerca de quatro vezes, que os encontros ocorreram sempre no período vespertino e se deram em motéis. Agora os fatos também foram confirmados pelo padre em depoimento, explicou a delegada.Em depoimento à polícia, o padre confessou o sexo e também disse que a relação tinha o consentimento das duas partes, por isso, não há crime até o momento, segundo a delegada, já que a garota tem mais de 14 anos e negou ter sido forçada a se encontrar com o padre.MotelOs motéis onde o padre e a garota se encontraram poderão ser responsabilizados e ter as atividades suspensas, segundo a delegada, já que não impediram a entrada da adolescente no local.Ficou verificado que a pessoa responsável pela entrada desses estabelecimentos não solicitaram o documento de identidade da menor, tanto que ela adentrou no local juntamente com o padre, então será instaurado procedimento apartado para verificar a não observância de dispositivo legal que exige a exibição de documento para evitar que menor entre nesse tipo de estabelecimento, explicou.EstuproO caso foi denunciado à Polícia Civil como estupro pela família da garota no dia 25 de setembro e o inquérito instaurado pela DEPCA cinco dias depois para apurar a denúncia. Até o momento, foram ouvidos a coroinha, mãe e a irmã da adolescente e o padre e, por enquanto, não foi constatado crime, segundo a polícia.Ela informou que os relacionamentos sexuais tiveram início depois dela completar 16 anos de idade, caso em que não há nenhuma caracterização criminosa. Mesmo assim instauramos inquérito nessa hipótese. E sendo verificado que, de fato, os relacionamentos tiveram início apenas após essa idade, não haverá nenhuma configuração criminosa e o inquérito será enviado ao Ministério Público solicitando arquivamento, esclareceu a delegada.InvestigaçãoA polícia vai ouvir ainda duas tias da garota, apontadas pela mãe como testemunhas de que o padre poderia ter coagido a adolescente a manter relações sexuais com ele. A delegada diz que também aguarda laudos do Instituto de Criminalística que vai apurar o conteúdo das mensagens que o padre trocava com a menina.Caso isso se verifique, através dos depoimentos, das mensagens e de uma possível segunda oitiva da vítima, aí sim poderá ser mudada a tipificação penal, caso reste configurado que a vítima, de fato, foi coagida ao ato [sexo], ressaltou a delegada.AfastamentoA Arquidiocese de Campo Grande anunciou, no dia 29 de setembro, o afastamento do padre, que exercia funções na paróquia Santa Rita de Cássia, por suspeita de envolvimento amoroso com adolescente, que está grávida. O comunicado de afastamento foi assinado pelo arcebispo de Campo Grande, Dom Dimas Lara Barbosa.Segundo a publicação, o padre vai oferecer assistência à adolescente e ao bebê. Ainda conforme o comunicado, ele era membro da Província Nossa Senhora Conquistadora dos Padres e Irmãos Palotinos de Santa Maria (RS) e até então exercia funções de vigário paroquial da Paróquia Santa Rica de Cássia, na capital de Mato Grosso do Sul, ecônomo da Arquidiocese e secretário executivo do regional oeste 1 da CNBB (Confederação Nacional dos Bispos do Brasil).