Abalados com a tragédia deste sábado (21), os pais da menina Sofia, morta numa lanchonete na Zona Norte do Rio, ainda não voltaram para casa – o imóvel foi planejado pensando na criança, e lá as lembranças são ainda mais dolorosas. Em entrevista ao RJTV, eles falaram ainda dos últimos momentos da menina antes de ela ir brincar no parquinho da lanchonete, onde acabou sendo atingida.“Quando fui levar lá no banheiro da lanchonete, ela voltando e ela me beijava muito assim dando estalinho e eu até tirando... E ela dizendo: ‘Eu te amo demais, mamãe. Parecia que era ali que ela estava se despedindo de mim”, disse Hérica Braga. Ela falava que me amava até o céu. E hoje ele me ama até o céu, mesmo, afirmou.Depois do enterro, a mãe e o pai de Sofia, o policial militar Felipe de Souza Amaral Fernandes, foram para a casa da mãe da Hérica. Ela disse que o casal não tem condições psicológicas de voltar para a casa em que a família morava.[Não voltamos] porque minha casa era em prol dela. Na verdade quando nós tinhamos um apartamento próprio, só que era um quarto. Quando ela nasceu, nós conseguimos alugar esta casa que era bem maior, afirmou Hérica. A minha casa era toda para ela, era planejanda. Os brinquedos ficavam para tudo o que é lado da casa.Hérica diz que não sabe como será sua rotina a partir de agora: Na verdade, tem horas que a ficha ainda não caiu. Hoje é segunda-feira eu acho que ela está na creche, a qualquer momento eu vou buscar ela e ela vai vir com aquele sorriso lindo. Eu ainda não tenho nem noção de como vai ser minha vida daqui pra frente.Sofia morreu enquanto policiais perseguiam um suspeito de roubar um carro. Investigadores da Polícia Civil ainda não determinaram de onde partiu o tiro que atingiu Sofia.Na madrugada deste domingo (22), peritos da Polícia Civil estiveram na lanchonete em Irajá, na Zona Norte do Rio, onde a menina estava com a família no momento do tiroteio. Os policiais viram, o que parece ser, a marca de onde a bala passou.As armas dos policiais militares que estavam na perseguição também foram apreendidas. Sofia foi atingida por uma bala perdida no rosto enquanto brincava no parquinho da lanchonete.O corpo de Sofia foi enterrado na tarde de domingo, no Cemitério de Irajá, também na Zona Norte. O clima antes do enterro era de revolta e indignação de parentes.A poucos metros do cemitério, a lanchonete onde ocorreu o crime era protegida com uma viatura da PM. A área de brinquedos infantis estava às escuras e fechada.Prisão preventiva de suspeito de roubo de carroNesta segunda-feira, o juiz Livingstone dos Santos Silva Filho, em audiência de custódia no Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ), decretou a prisão preventiva de Thiago Rodrigues dos Santos, pelos crimes de homicídio e roubo.Thiago foi preso em flagrante na noite de sábado (21) após perseguição policial a um suposto veículo roubado e troca de tiros, em Irajá, Zona Norte do Rio. No tiroteio, a menina Sofia Lara Braga, de dois anos, morreu após ser atingida por uma bala perdida enquanto brincava numa lanchonete.(G1)
‘Parecia que estava se despedindo’, diz mãe de Sofia, sobre últimos momentos com a filha
Redação,
24/01/2017 às 02:00 •