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Polícia apura negligência em atendimento a bebê que morreu na maternidade

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(Foto: Divulgação)
A vida e morte do bebê Killian Lima de Carvalho na maternidade de Corumbá virou caso de polícia e a Delegacia de Atendimento à Infância, Juventude e Idoso quer ouvir funcionário do hospital para apurar a possibilidade de negligência médica.De acordo com o delegado Willian Rodrigues de Oliveira, foi requisitada perícia, ouvido familiar da criança e outras pessoas serão intimadas nesta semana, principalmente dos funcionários da maternidade. Caso seja constada negligência médica, o caso seria enquadrado em homicídio culposo.Já família da criança foi nesta terça-feira (dia 10) à maternidade em busca do prontuário do paciente. A história de Killian começou no dia 4 de março, quando nasceu na maternidade de Corumbá.Tia do bebê, a garçonete Danieli Valmaceda, 32 anos, conta que o menino tinha sinais de icterícia, que deixa a criança com pele amarelada e, em casos de complicações, pode levar à morte. Segundo ela, uma enfermeira logo comentou que o bebê era forte candidato para ir para a luz, uma forma corriqueira de se referir ao procedimento de fototerapia.No entanto, mesmo com a piora na coloração do bebê, a cada dia em tom mais amarelado, ele só foi levado para a fototerapia no dia 6 de março, dois dias depois de nascer. Ainda de acordo com a família, o pediatra viu a criança apenas duas vezes: no parto, que aconteceu na quarta-feira (dia 4) e quando já estava com o estado de saúde agravado, na sexta-feira (dia 6).O menino morreu na madrugada de sábado (dia 7), vítima de parada cardiorrespiratória. Na sequência, Danieli Valmaceda foi à maternidade para os procedimentos burocráticos. Ela foi autorizada a ver o corpo no necrotério do hospital. A tia conta que houve uma confusão com a chave, sendo aberta a porta de outra sala.“Tinha um monte de pano sujo e vi o nome da minha irmã escrito na fita de curativo. Eu peguei, puxei e vi o corpo no meio dos panos sujos e cheio de formigas. A enfermeira disse que era impossível uma coisa dessas”, conta.Ela fez fotos e vídeos, encaminhando denúncia à imprensa. “Foi completamente desumano, desrespeitoso, horrível. As pessoas não têm mais amor de verdade, não se sensibiliza pela dor do outro. Não cuidaram do meu sobrinho nem depois da morte”, disse Danieli, num triste relato dos fatos ao Campo Grande News. Até agora, ela conta que a família não foi procurada pela maternidade.