A 1ª Delegacia de Polícia de Campo Grande iniciou nesta sexta-feira (8) a exumação dos corpos de três pacientes que morreram logo após realizarem tratamento de quimioterapia na Santa Casa. Considerada uma medida extrema pela própria delegada que conduz as investigações, Ana Cláudia Medina, somente o procedimento poderá indicar a real causa da morte das três pessoas.A exumação foi necessária porque nenhuma das vítimas tinha laudo necroscópico, somente o atestado de óbito. “Nós precisaríamos desses laudos no futuro, então resolvemos fazer as exumações logo agora, porque quanto mais tempo demorasse, menos chances teríamos de encontrar vestígios”, esclareceu.O procedimento foi iniciado no Cemitério Memorial Park, pelo corpo de Carmen Insfran Bernard, de 48 anos, que morreu no dia 10 de julho. À tarde, será feita outra exumação no Cemitério do Cruzeiro e na segunda-feira o procedimento será realizado em um cemitério de Jardim, distante 239 quilômetros da Capital.Unhas e dentes serão analisadosAna Cláudia Medina explicou que as unhas e os dentes dos mortos são importantes na análise dos peritos, mas ela não sabe dizer se os peritos vão buscar vestígios do quimioterápico aplicado.“Mas faremos tudo o que estiver ao nosso alcance para esclarecer as mortes. Se não tivermos equipamentos suficientes na criminalística para fazermos as análises, poderemos contar com laboratórios privados e até mesmo encaminhar a análise para outros Estados”.A médica Priscila Alexandrino, que faz parte da Comissão de Óbitos da Santa Casa, afirmou que foi voluntariamente a exumação. “A Santa Casa quer ver esses casos esclarecidos e, para isso, todas as possibilidades tem que ser analisadas”.Todos os corpos serão encaminhados para o Imol (Instituto de Medicina e Odontologia Legal) de Campo Grande por tempo indeterminado.InvestigaçõesA delegada responsável já ouviu os médicos José Maria Ascenço e Henrique Guesser Ascenço, responsáveis pela clínica que realizava a manipulação da fórmula aplicada nos pacientes em tratamento da quimioterapia na Santa Casa.Uma farmacêutica e uma enfermeira, que por vezes também realizava manipulação das fórmulas, já foram ouvidas, Na próxima semana um outro profissional de Farmácia prestará depoimento na delegacia. Segundo os depoimentos, ele teria manipulado a fórmula aplicada nos pacientes mortos.Ao todo, três mortes são investigadas pela polícia. A Santa Casa, a Polícia Civil e a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) apuram as mortes de Carmen Insfran Bernard, de 48 anos, no dia 10 de julho, Norotilde Araújo Greco, de 72 anos, no dia seguinte e Maria Glória Guimarães, 61 anos, no dia 12 de julho. Saiba maisJustiça tem 700 casos de erros médicos em MS; 3 morrem após serem submetidas a sessões de quimioterapia. Medicamento foi suspenso