Casos são investigados pela 1ª Delegacia de Polícia da Capital A polícia de Campo Grande recebe novas denúncias sobre mortes de pacientes após quimioterapia na Santa Casa da capital. Maria Luzia, de 50 anos filha de um paciente que morreu, esteve no 1º Distrito Policial para denunciar o caso do pai de 78 anos, que fazia tratamento contra um câncer de garganta.Ela foi ouvida pela delegada Ana Cláudia Medina. O caso ainda não foi registrado porque faltaram alguns documentos, como o prontuário médico. O aposentado tinha retornado para Nioaque, onde vivia, após a quimioterapia. Cinco dias depois, começou a sentir dores abdominais, feridas na boca, dificuldade para comer e falar. Foi encaminhado a uma clínica e transferido para a Santa Casa, onde morreu.“Ele estava bem, mas depois da quimioterapia ficou muito mal e morreu antes que conseguíssemos fazer alguma coisa”, disse Luzia lembrando que já pediu os documentos do pai ao hospital, para que possa levar à delegacia. “Quero saber o que aconteceu com ele, e porque morreu desse jeito”, completou.As três primeiras vítimas, Carmen Insfran Bernard, de 48 anos, Norotilde Araújo Greco, de 72 anos, e Maria Glória Guimarães,de 61 anos, morreram entre os dias 10 e 12 de julho, em decorrência de sessões de quimioterapia naquela unidade hospitalar da capital.Depois de veiculados os casos junto à imprensa sul-mato-grossense, familiares de outras vítimas também procuraram a delegacia para relatar alguns casos. Elas tinham semelhante tipo de câncer e fizeram quimioterapia no mesmo período, em junho passado. No mês seguinte, os pacientes apresentaram reações adversas ao medicamento Fluorouracil (5-FU) administrado durante o tratamento, e morreram em seguida.“Eles (familiares) têm relatado alguns casos, mas foram situações que aconteceram em períodos e situações diferentes das mortes que estão sendo investigadas, inclusive, até as doenças, o tratamento e o tipo de medicamento administrado eram distintos. Por este motivo, não conseguimos identificar se houve crime, até porque como o câncer é uma doença grave e de tratamento agressivo, é normal que as pessoas não resistam e morram, explicou a delegada.Ontem a 1ª Delegacia ouviu o farmacêutico Raphael Castro. Além dele, já foram ouvidos os familiares das vítimas, os médicos José Maria Ascenço e Henrique Guesser Ascenço, representantes do Centro de Oncologia e Hematologia de Mato Grosso do Sul, empresa que prestava serviços aos pacientes da Santa Casa, a farmacêutica Rita de Cássia Junqueira Godinho e a enfermeira-chefe Giovana de Carvalho Penteado.Na sexta-feira, a 1ª Delegacia exumou os corpos de Carmen e Maria Glória, em cemitérios da Capital. Na segunda-feira, a delegada, peritos e investigadores foram até Jardim, onde recolheram materiais para análise do corpo de Norotilde. Medina disse que o objetivo é tentar encontrar substancias que possam ter causado as mortes das mulheres.