A Polícia Civil decidiu investigar o pai da adolescente que deu creme de avelã adulterado para colegas da Escola Estadual Caetano Miele, em Cangaíba, na Zona Leste de São Paulo, informou o SPTV desta quinta-feira (29). Após comerem o doce, na última terça-feira (27), seis adolescentes passaram mal e precisaram ser internadas. A menina que compartilhou o creme de avelã com as colegas não ingeriu o produto.Após reunir depoimentos e encaminhar a guloseima para perícia, a polícia chegou a Kaíque Vicente de Oliveira, de 21 anos. Ele seria amigo da menina que levou o doce para a escola. O homem admitiu ter entregado o produto para a adolescente sabendo que estava adulterado, mas negou que tenha sido responsável pela adulteração. Policiais encontraram na casa dele uma substância que acreditam ser veneno.O delegado Paulo Fares, que investiga o caso no 10º Distrito Policial da Penha, afirma que o jovem não agiu sozinho. “Nós precisamos localizar essa segunda pessoa envolvida e confrontá-la com as informações que temos. Aí nós vamos ter com certeza a motivação e também vamos ver a participação total do Kaíque, se é até onde ele nos relata ou se existe alguma coisa que ele ainda não nos revelou”, explicou.A mãe da menina que deu o doce às colegas acusa o homem que ela diz ser o pai da adolescente de estar envolvido no caso. “Ele pagou o menino [Kaíque] para matar minha filha. É porque tá na Justiça. Eu coloquei teste de paternidade. Acho que [quer matá-la] pra não provar que é filha dele”, disse a mulher, que não quis ser identificada.Em depoimento, Kaíque contou que já havia dado o doce para a adolescente em outras situações, e que ela teria passado mal todas as vezes. Na última vez que ele ofereceu o doce, no entanto, a menina teria encontrado bolinhas no produto que a fizeram recusar, conforme relatou no boletim de ocorrência. Ela também disse que Kaíque chegou a provar o doce na frente dela, e ela acabou levando o produto para oferecer às colegas.Segundo a polícia, Kaíque será indiciado por tentativa de homicídio, mas teve de ser liberado da delegacia devido à regra prevista na Lei Eleitoral que veda prisões cinco dias antes das eleições e dois dias depois. A exceção, nestes casos, são as prisões em flagrante e o cumprimento de sentenças criminais.Segundo a polícia, o homem já tinha sido apreendido pela polícia uma vez, quando ainda era menor de idade. A situação dele vai ser comunicada ao Judiciário e ao Ministério Público para verificar se existe alguma outra coisa que esses órgãos desejam em relação a ele”, explicou o delegado.A Secretaria Municipal da Saúde diz que exames constataram a presença de uma substância não compatível com os ingredientes do creme de avelã. A perícia vai indicar o que causou a intoxicação.
Polícia investiga pai da menina que deu doce adulterado para amigas
Redação, G1
29/09/2016 às 03:00 •