Publicado em 21/08/2014 às 03:00,

Policial diz que jovem que delatou cárcere em receita estava assustada

Redação, Do G1 MS
Cb image default
(Foto: Divulgação)
Pedido de ajuda foi escrito no verso de receita médica e entregue à farmacêutica Ela estava agachada, com o filho no colo. Estava assustada, chorando e pedia para que nada acontecesse com o filho. Pedia para tirar ela dali, fala a tenente da Polícia Militar de Mato Grosso do Sul (PMMS), Danielle Parete, sobre o primeiro contato com a adolescente de 17 anos que delatou cárcere no verso de uma receita médica entregue em uma farmácia, na segunda-feira (18), em Campo Grande.Na casa onde a garota diz que era mantida encarcerada, moravam também o suspeito, de 40 anos, a esposa dele, de 53, e um filho, de 11. A mulher não deixou os militares entrarem na residência e ainda mentiu o nome, conforme Danielle.Um vizinho autorizou a entrada dos policiais no terreno dele e, por cima do muro, eles viram e ouviram a adolescente pedir socorro. Os militares então entraram na residência e resgataram a menina e o filho de cinco meses que ainda não tem registro de nascimento. O suspeito não estava no local e até a publicação desta reportagem não havia sido localizado.saiba maisEm buscas no local, nada ilícito foi encontrado. Segundo a tenente, a residência estava bagunçada e com animais em meio a móveis e objetos que havia na casa. Antes de ir para este imóvel, a adolescente morava em outro, em situação ainda pior, de acordo com Danielle. Era pequeno, com água e luz cortados.Ainda conforme a tenente, a adolescente contou que só saía de casa com o suspeito, que era ameaçada por ele, que havia sido agredida quando estava grávida e que só fez um exame antes do nascimento do filho, aos 8 meses de gestação. O bebê é fruto do relacionamento da menina com o homem.De acordo com informações do boletim de ocorrência, a garota contou também aos policiais, que o suspeito mentiu o nome no hospital quando a criança nasceu e não apresentou documentos, alegando que havia perdido.AmeaçasConforme o delegado que investiga o caso, Paulo Sérgio Lauretto, após perícia realizada em uma das casas onde a adolescente diz ter sido vítima de cárcere, foi constatado que a garota tinha condições de ter pedido ajuda antes. Ela declarou que ainda não havia denunciado por conta das ameaças que sofria.Segundo a PM, ela contou que escreveu o pedido de socorro no verso da receita no mesmo dia que o entregou na farmácia. Ela falou que sabia que iria à farmácia, conta Danielle. Ainda de acordo com a tenente, a adolescente e o suspeito foram ao comércio para comprar um medicamento e absorvente, porém ele disse que tinha dinheiro apenas para o segundo.