Chefe de gabinete da vereadora Maria Imaculada Nogueira (PP), a Lia Nogueira, procurou a polícia no fim da tarde desta segunda-feira (2) para denunciar ameaças de morte que, segundo ela, recebeu da parlamentar de Dourados. À polícia, a servidora de 32 anos contou que ela e os filhos foram ameaçados e que em mais de uma ocasião, Lia disse que atiraria com uma pistola 9 milímetros na boca da servidora.Em depoimento, a funcionária disse que assumiu a chefia do gabinete da vereadora no início deste ano, porém, afirmou que a relação das duas ficou estremecida desde que Lia assumiu investigação contra a Prefeitura de Dourados, na tentativa de provar supostas fraudes em contratos publicitários.De acordo com a assessora, a parlamentar ficou “mentalmente perturbada” e passou a apresentar comportamento descontrolado”, inclusive, coagindo equipe de trabalho em conversas enviadas no grupo de WhatsApp que usavam.Há cerca de um mês, a funcionária disse que foi até a casa de Lia, onde teria recebido a primeira ameaça. “Uma pessoa me perguntou se eu confio em você porque você sabe sobre toda minha vida. Respondi que se você me trair eu te mato”, teria dito a vereadora. Depois disso, a chefe de gabinete afirma que passaram a ser constantes as ameaças, no entanto, que a maioria delas era feita em tom de brincadeira.Há cerca de 25 dias o desentendimento passou a ganhar tom mais forte. Na delegacia, a vítima contou que em uma reunião com todos os assessores a parlamentar voltou a intimidá-la de maneira mais dura. “Se você me trair ou se vender eu dou um tiro na sua boca, teria afirmado.Dias depois, a mulher afirma que estava em um jantar e que Lia teria abordado os filhos dela, de 9 e 10 anos. Em rápida conversa, “aconselhou” as crianças a não saírem de casa até a investigação contra a prefeitura acabar. Para justificar o conselho, que a vítima entendeu como ameaça, afirmou que os menores de idade poderiam ser sequestrados.A gota dʼágua para a trabalhadora aconteceu no dia do aniversário de Lia Nogueira. Segundo a denunciante, durante discurso ela afirmou que descarregaria uma pistola nove milímetros na boca da ex-aliada, que ainda era mantida no cargo de assessora. Na ocasião, o marido da funcionária teria intervido e firmado que se não havia confiança na relação que a parceria fosse encerrada. A vereadora concordou e disse que estava pensando no caso.Na tarde de hoje, a funcionária pediu demissão no grupo do WhatsApp e procurou a delegacia para registrar a ocorrência, protocolada como ameaça.Outro ladoEm resposta ao Campo Grande News, Lia Nogueira negou as acusações e disse estar tranquila. “Isso não me causa estranheza diante da denúncia que estou investigando.Se ela está me denunciando, terá de provar”, afirmou.A parlamentar ainda afirmou que pretende registrar Boletim de Ocorrência contra a ex-chefe de gabinete, que segundo ela, era uma amiga e irmã. “Sempre tive um carinho grande por ela, mas acredito que isso é uma armação que envolve o que estou investigando. Não tenho como provar, mas creio que ela foi cooptada porque as denúncias envolvem gente poderosa”, completou. Lia também negou que tenha arma de fogo.