Condenada alega que entrou para as drogas após apanhar de ex A Justiça de Mato Grosso do Sul negou nesta segunda-feira (15) o pedido de revisão de pena feito por uma dona de casa de 43 anos que foi presa por tráfico em agosto de 2012, em São Gabriel do Oeste, com 3,6 gramas de pasta base de cocaína.Em sua decisão, o desembargador José Ale Ahmad Netto alegou que que não houve, por parte da defesa, apresentação de provas contundentes no sentindo de reforçar a condição de usuário, bem como a posse ilícita. Além do mais, completou, se comprovado que a ré fizesse o uso dos entorpecentes, a condição de usuária não excluiria a condição de traficante, isso porque muitas vezes os traficantes comercializam para sustentar o próprio vício.R.C.R. foi condenada a cinco anos de prisão por tráfico. Ela foi presa na ocasião quando a Polícia Militar perseguiu um suspeito de vender drogas e este correu para a casa dela na tentativa de se esconder. Na residência, também foram localizados nove papelotes de cocaína fechado. O perseguido foi indiciado por associação ao tráfico, um crime de menor potencial ofensivo.No julgamento, os policiais alegaram que realizaram a operação e afirmaram em juízo que a ré já era conhecida no meio policial, por conta do envolvimento com entorpecentes e, ainda, relataram que encontraram papéis de embalagem na casa, de uso popular por parte dos traficantes que produzem e comercializam a droga, o que mostra que a acusada já vinha comercializando os entorpecentes há algum tempo.Na visão da condenada, a situação é outra: ela é viciada e precisa de ajuda. R.C.R., alega que a vida foi dura com ela. Em 2009, foi espancada pelo ex-marido após se recusar a esconder na casa da família objetos que haviam sido furtados pela quadrilha que o homem pertencia. Ela alegou que não teve alternativa e foi para as ruas de São Gabriel do Oeste, onde o alívio pela dor e medo das ameaças do companheiro a fizeram cair no vício em pasta base, conforme relatos. O consumo constante da droga, segundo sua história, fez com que ficasse refém dos traficantes. Foi quando acabou presa pela primeira vez, durante batida policial em uma boca de fumo. Solta, alegou que a única vida que conhecia era a do vício.Chama a atenção o fato de que R.C.R. fez o mesmo pedido na primeira prisão. No processo, o defensor público responsável pelo caso usa o termo ajuda.