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Um lar vintage e pop no coração de SP, inspire-se

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(Foto: Divulgação)
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(Foto: Divulgação)
Há de tudo muito, e um muito curioso: um palhaço vindo de Amsterdã; uma inusitada máquina de tricô; acima do bufê, o álbum Ex-Poemas, de Augusto de Campos, em moldura de acrílico, obra presenteada pelo irmão. Às vezes, um item sai de um lugar e vai para outro, e depois outro. Para o morador, “é como um livro não lido”. Até que um dia a peça é decifrada. Ela encontrou o espaço correto, aquele para o qual nasceu.Aldi não para de organizar o vasto acervo do amigo, que está constantemente disposto a trazer mais um livro, mais um objeto, não por compulsão, mas porque com algumas peças ocorre uma espécie de empatia, como se desde sempre ser e coisa se pertencessem. Para onde se olhe, há vidros, latas, rostos, bichos. “Era preciso setorizar as coleções para valorizá-las”, explica Aldi, um adepto do que ele chama de “old glam” misturado com o que há de mais contemporâneo. Para entender o conceito, repare na viga exposta – um elemento brutalista, que ele compõe como design de várias épocas.Uma vez pronta a reforma, que reduziu o número de quartos de três para dois, era a hora de dar corpo a outros desejos. E o primeiro, que Paulo acalentava quando ainda vivia numa edícula de 20 m² na casa da mãe, era ter uma “cama” na sala. Basta ver o sofá, que reina no living, para entender. Na TV, apenas filmes. Então você começa a reparar nos vários cartazes de cinema, alguns da Hungria, nacionalidade de sua família, e outros poloneses – “mestres em artes gráficas nessa área”.Paulo e o amigo queriam manter viva a história do imóvel – como no piso, em que não se ocultaram o lugar que dividia duas pias e as marcas da parede que apartava a cozinha da sala. Para dar unidade ao conjunto, Aldi sugeriu um rodapé alto, laqueado de preto. As portas dos armários e as que separam os ambientes continham ao menos cinco camadas de tinta. Foi preciso um profissional para colocar uma a uma em um cavalete, queimar com um maçarico a espessa massa de tinta acumulada, raspar o craquelado resultante da operação, limpar, selar. E devolver às 12 portas de armários e 11 do apartamento sua identidade original.Uma cortina em três camadas para proteger “as literaturas” do sol foi mais do que necessária. Na década de 1950, quando o prédio foi construído, as janelas não sofriam da timidez que as acometeria nos anos seguintes. Eram quase paredes envidraçadas, abrindo-se para uma cidade já inquieta, mas menos hostil. Por isso, talvez, Aldi tenha conduzido as mudanças, sempre ao lado do amigo, de forma a traduzir no espaço não apenas beleza e conforto, mas fazendo dele uma extensão do proprietário, sua segunda pele.O apartamento de 300 m², no centro de São Paulo, não estava vazio quando o morador chegou: seus livros já se encontravam lá para aguardá-lo. Assim que a primeira poeira da reforma baixou, o tradutor Paulo Kaiser tratou de instalar os 3 mil volumes na estante desenhada pelo consultor de estilo Aldi Flosi. Você diz: será que foram todos lidos? “Quando se compra um livro, não é preciso abri-lo imediatamente. Ele fica na estante, à sua espera”, comenta Paulo, embora tenha, sim, percorrido as páginas da maioria dos títulos.