Buscar

Prefeito provisório e três crises ampliam caos e instabilidade na Capital

Cb image default
(Foto: Divulgação)
Cb image default
(Foto: Divulgação)
Analistas indicam que Campo Grande convive com uma crise financeira, política e ética, que vem acompanhada de uma instabilidade jurídica no poder público, já que o prefeito Alcides Bernal (PP) retornou ao cargo por meio de liminar. Junto deste cenário, existe a previsão de déficit de R$ 158 milhões em setembro e o impasse em contratos, como na coleta de lixo, que ficou parada por 11 dias e pode ser suspensa novamente.Para o professor universitário e cientista político, Eronildo Barbosa, Campo Grande nunca tinha se deparado em sua história com um período de tanta instabilidade. “Trata-se de algo atípico, uma crise econômica, política e ética, que é três em uma só, o que torna toda esta conjuntura em uma situação miserável”, disse ele.Eronildo ponderou que muitos atores políticos estão sendo investigados, o que demonstra que não existe o comprometimento com a ética e sobretudo com os interesses da população. “Estamos em uma situação desnivelada, onde a cidade que deveria gastar com suas principais demandas, não foi feito, agora precisamos arcar com todos estes problemas e chegar ao caos”.Ele acredita que mudanças na próxima eleição podem ocorrer em função desta situação. “Pode ter renovação e a escolha por quadro técnicos, pessoas preparadas, estamos hoje vivendo com lixo de ponta a ponta, filas quilométricas nas unidades de saúde, situação complicada tanto na política, como administrativa”.Instabilidade – O advogado constitucionalista, André Borges Netto, disse que a cidade hoje vive uma “instabilidade jurídica , porque tudo é provisório”, e pode mudar a qualquer momento. Além disto, ele acredita que o prefeito Alcides Bernal (PP) teria que tomar providências rápidas sobre problemas que estão afetando o dia a dia da população, entre elas a falta de coleta de lixo.“Como cidadão e advogado existe uma certa omissão do poder executivo, pois poderia entrar na Justiça para obrigar o retorno do serviço (coleta de lixo) total, não apenas nos hospitais e escolas, já que se trata de algo essencial, acredito que o Judiciário seria sensível nesta decisão”.Ele ainda aponta uma segunda alternativa, do ponto de vista administrativo. “Poderia fazer um contrato emergencial para escolha de uma nova empresa, enquanto não se resolve a questão, pois uma licitação tem um tempo mais demorado, assim tomaria uma decisão imediata, o prefeito já teve tempo para tomar estas atitudes”.Finanças – O economista Eugênio Pavão ressaltou que esta crise financeira do poder executivo, com previsão de déficit de R$ 158 milhões em setembro, afeta e influencia a economia local do município, porque interfere nos negócios com fornecedores e no comércio.“Quando falta dinheiro na cidade, sobra para todo mundo, os fornecedores estão sem receber, funcionários não gastam e o comércio é o setor que sofre mais, pois perde vendas diárias, existe uma perda de confiança, em uma crise nacional e agora também com problemas locais”, disse ele. Só na construção civil, o setor estima 10 mil demissões com a moratória do prefeito Alcides Bernal, que suspendeu os pagamentos e contratos por 90 dias.Eugênio ponderou que a instabilidade política, com a troca de prefeitos, também gera problemas econômicos, pois se troca de fornecedor, negociações mudam de caminho e o mercado fica instável. “Os pagamentos são feitos diferentes e tudo vira uma novela.