Publicado em 23/07/2016 às 03:00,

Irritados com falta de água e medicamentos, indígenas prometem fechar a MS-156

Redação, Dourados News
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(Foto: Divulgação)
Com a alegação de falta de água nas comunidades e de remédios nos postos de saúde, nas aldeias Jaguapiru e Bororó, em Dourados, indígenas prometem fechar a rodovia MS- 156, no trecho que liga Dourados a Itaporã, nesta segunda- feira (25). A afirmação foi feita pelo líder indígena, Getúlio Juca, alegando que a população tem se organizado para a realização do ato.Nós estamos nos reunindo com todos e definindo ainda, mas é quase certo que vamos fechar a rodovia na segunda, com início pela manhã e ainda com tempo indeterminado para terminar. Estamos revoltados com essa situação. A falta da água está crítica e os remédios que era para ter de graça nos postos, também não existe, disse.De acordo com o líder, a água tem faltado cotidianamente há aproximadamente seis meses, o que faz com que a população busque fazer poços por conta. Quanto aos remédios, ele afirma que acontece a escassez há alguns dias também.A falta de água na reserva indígena de Dourados é um problema frequente enfrentado pelos moradores do local.Recentemente a situação chegou a afetar as aulas nas escolas daquela área, conforme foi mostrado pela reportagem. Sem o recurso, por vezes não foi possível manter os alunos em aula, sendo que a água faltava em 70% da aldeia.O sufoco pelo fato na reserva indígena já é antigo, e em outubro de 2014, a reportagem foi até o local e constatou famílias que precisavam caminhar por horas sob sol de quase 40ºC, para conseguir abastecer galões com água em tanques utilizados para a piscicultura.Os protestos feitos por indígenas com ação de fechar a MS-156 costumam acontecer com certa frequência. A mais recente atividade desta foi em março deste ano, quando a população da aldeia Jaguapiru bloqueou a via, tendo em vista solicitações para o problema causada pelas chuvas que resultava no alagamento de casas da comunidade.A reportagem tentou contato com representante da Sesai (Secretaria Especial de Assuntos Indígenas) em busca de informações sobre ambas as situações, porém, até o fechamento desta reportagem não obteve sucesso.