Um barraco improvisado na favela Santa Felicidade, próximo ao bairro Estrela Verá, Sudeste de Dourados, é o local em que Niuza Aparecida da Silva, de 36 anos, mora com os filhos Larissa, de 11, Ryan, de 14, Giovani, de 16 e Izolina Ribeiro, de 84, uma idosa a quem adotou.Mulher mora em barraco com filhos e idosa que adotou - Sem poder trabalhar devido a problemas de saúde e com dificuldades para o sustento de todos, ela procurou a reportagem para pedir ajuda com mantimentos e itens para a sua casa.Com exames em mãos, Niuza conta que após um acidente em fevereiro de 2015, ficou com problemas no braço direito e desde então não consegue fazer força e nem arrumar emprego. Ela afirma que necessita de outro procedimento cirúrgico, o qual não tem tido andamento pelo SUS (Sistema Único de Saúde).Eu fiz várias cirurgias, perdi a força no braço e aconteceu um deslocamento das placas e pinos que tive que colocar, agora tento outra cirurgia e estou na fila de espera, mas não desenrola. Eu fazia diárias e trabalhei fixo também, mas agora quando não posso mais encarar faxina e quando tento um trabalho, não passo no exame médico, disse.Quanto a apoio do INSS (Instituto Nacional de Seguro Social), ela cita que recebeu por quatro meses e após isso o benefício foi cortado, sendo que as tentativas de aposentadoria não tem obtido sucesso.O médico me deu o laudo de invalidez, mas não sai a aposentadoria, está difícil, sigo lutando nesses quase dois anos, conta.Como fonte de renda para sobrevivência dos cinco, Niuza afirma que conta com um auxílio que a filha recebe por conta de sofrer de epilepsia e com um benefício da idosa, o qual é parcial.Ela conta que Ryan ajuda a família a se manter como vendedor de picolé, no entanto, não tem conseguido realizar o trabalho devido a problemas no coração, já Giovani sofre com depressão e não trabalha atualmente. Diante das situações, Niuza fala sobre o alto gasto que possui com medicamentos, o que faz faltar alimentos e assim terem que se virar.Não tem sido fácil, meus remédios e dos meus filhos são caros, não temos tido como nos manter, meus filhos não recebem pensão e a aposentadoria de Izolina é comprometida em partes, vamos sobrevivendo com o que pudermos comprar, render mais, sem ‘mistura’ e com doações. Sou mãe e isso dói muito, por isso resolvi pedir ajuda, conta.De acordo com a mulher, o filho necessita de uma consulta com um cardiologista e não tem conseguido pela rede pública. Com isso ela faz um apelo por doações ou um profissional que o atenda gratuitamente, pois, Ryan está debilitado.Cinco pessoas moram no barracoEle precisa dessa consulta e não temos conseguido. Ele está fraco tem crises constantes, é difícil. Peço ajuda quanto a isso, pois não tenho como resolver e é a vida do meu filho em risco, diz.Quanto ao acolhimento da idosa, Niuza conta sem divulgar nomes, que a mesma sofria maus tratos com pessoas que morava, chegando a apanhar e passar fome. Com isso, a amiga decidiu ser solidária e afirma perceber com satisfação melhorias na saúde e qualidade de vida de Izolina.Me pediram para que levasse ela, pois senão iam ‘jogá-la’. Ao ir buscá-la vi que ela deitava em caixotes e era maltratada, então, mesmo sem ter condições eu arrumei pra que ela ficasse em casa com um cantinho para dormir e repartindo o que temos, então hoje ela já está mais saudável e sem sofrimentos, diz.As comemorações de Natal da família puderam contar com uma mesa cheia segundo Niuza por conta da ajuda de um grupo religioso que a mulher cita fazer questão de agradecer.O grupo Vicentinos (Terezinha e Fernanda) nos trouxe alimentos e refrigerantes, foi especial pra gente ter isso na data, comenta.Ainda sobre a data, a mulher conta que o filho como de costume fez uma carta ao papai noel dos correios, na busca de conseguir presentes, porém, a entidade não aceitou por conta de não possuir nome de rua e número na favela. Diante disso os desejos de um vídeo game e uma bike para ir para a escola não foram realizados.Mesmo diante das dificuldades, Niuza conta sobre os sonhos de poder voltar a trabalhar e terminar o curso técnico de enfermagem que havia iniciado a anos atrás e ressalta vou criar meus filhos como cidadãos de bem. Já recebi sugestões de me prostituir ou ajudar no tráfico de drogas por conta das minhas dificuldades, mas vou viver com dignidade e ensinar isso a eles.Niuza destaca que ajudas com mantimentos, imóveis, madeira para o barraco, ou outras doações, serão de grande apoio a família. Quem quiser ajudar pode entrar em contato pelo telefone: 67-9 9665-6393.A reportagem também é ponto de arrecadação para quem deseja fazer qualquer tipo de doação. O endereço é rua Ciro Melo, 2.888, Jardim Central. O telefone de contato é o (67) 3423-5060.(Dourados News)