Publicado em 02/10/2017 às 03:00,

Aneel anuncia bandeira vermelha e taxa extra de R$ 3,50 nas contas de luz em outubro

Redação, G1
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(Foto: Divulgação)
O diretor-geral da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Romeu Rufino, confirmou nesta sexta-feira (29) que a bandeira tarifária de outubro vai passar para vermelha patamar 2, o mais caro previsto, e a taxa extra cobrada nas contas de luz vai subir para R$ 3,50 a cada 100 kWh consumidos.A informação de que a taxa da bandeira ficaria mais cara foi adiantada mais cedo nesta sexta pelo G1. É a primeira vez desde 2015, quando o sistema de bandeiras foi criado, que a taxa de R$ 3,50 é cobrada.No mês de setembro, vigorou a bandeira amarela, que aplica uma taxa extra de R$ 2 para cada 100 kWh de energia consumidos.Rufino afirmou que não há um sinal, para os próximos meses, de que haverá uma reversão das condições dos reservatórios, o que mudaria o patamar da bandeira tarifária.Não temos um sinal para os próximos meses de reversão completa disso. Não dá para fazer uma projeção de que vai seguir no patamar 2 ou voltar para o patamar 1 [da bandeira vermelha], disse.O sistema de bandeiras tarifárias foi criado para sinalizar aos consumidores o custo da produção de energia no país. O objetivo é permitir que os consumidores adotem medidas de economia para evitar que suas contas de luz fiquem mais caras nos momentos em que esse custo está em alta.A cor verde indica que o custo é baixo. A amarela, que ele subiu um pouco. A vermelha, patamar 1, que está alto. E a vermelha, patamar 2, que está muito alto.Falta de chuvas - O diretor-geral da Aneel, Romeu Rufino, afirmou, em entrevista nesta sexta, que a quantidade de água que chegou aos reservatórios das hidrelétricas em setembro foi a mais baixa para o mês em 86 anos, reflexo da falta de chuvas.Apesar disso, Rufino afirmou que não há risco de faltar energia no país.De acordo com o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), na quinta (28), dado mais recente, os reservatórios das hidrelétricas do Sudeste e Centro-Oeste, responsáveis por cerca de 70% da capacidade de geração do país, estavam com armazenamento médio de 24,75%. Trata-se do mais baixo nível para este período pelo menos desde 2011.Nos reservatórios de hidrelétricas do Nordeste, o armazenamento médio era de 9,46% no dia 28.Quando isso ocorre, o governo reduz a produção de energia pelas hidrelétricas, para poupar água, e aumenta o uso das termelétricas - usinas que geram eletricidade mais cara porque funcionam por meio da queima de combustíveis como óleo e gás.Portanto, o custo de geração de energia no país fica mais alto conforme aumenta o uso de usinas termelétricas. Para cobrir esse custo, aumenta a cobrança da taxa das bandeiras tarifárias.Campanha e importação de energia - Rufino afirmou que o governo fará uma campanha na internet, televisão e em outros meios de comunicação para que os consumidores não desperdicem energia. Além disso, aumentará a importação de eletricidade do Uruguai e da Argentina.Segundo Rufino, à medida que a energia de fora for mais barata que a gerada por térmicas no Brasil, o governo vai ampliar a importação.Atualmente, o país compra cerca de 400 MegaWatts-médio (MWmédio) de energia do Uruguai e deve começar a importar cerca de 1.000 MWmédio da Argentina.A energia que será importada é equivalente à capacidade de geração da Usina de São Simão, leiloada na quarta-feira: 1.200 MWmédio.