Muitos brasileiros já estavam esperando que o dólar continuasse subindo, mas nem todos estavam preparados para uma alta tão significativa como ocorreu nos últimos dias, quando a moeda foi cotada em mais de R$ 4,00. Para quem foi viajar e escolheu o cartão de crédito para fazer compras no exterior, o problema é ainda maior, devido as tarifas a cada mil dólares gastos no cartão, cerca de 60 dólares só de IOF (Imposto sobre Operações Financeiras). Até mesmo nas viagens programadas com antecedência, alguns imprevistos podem acontecer, é o caso de um casal que não quis se identificar. Eles foram para Miami em agosto e ficaram por lá durante 10 dias. Já tinham programado o local onde iam ficar, passeios e o que iriam comprar, mas acabaram se esquecendo do principal, a compra do dólar. Perto da viagem tivemos vários trabalhos, e ficamos envolvidos nisso que acabou não dando tempo de comprar e esquecemos, conta a esposa. Eles haviam se programado para gastar R$ 15 mil, mas os gastos se excederam e acabaram gastando R$ 30 mil, e para piorar a situação, todo esse gasto foi no cartão de crédito. Não compramos tudo que queríamos, como por exemplo, os equipamentos de trabalho que estavam em nossa lista, gastamos mesmo com alimentação, hotel e algumas lembrancinhas que trouxemos de lá. O casal conta que se arrepende muito de ter feito a compra no cartão de crédito, mas era a única opção que tinham no momento. A gente sabia que a viagem ia ficar um pouco cara, mas não imaginávamos que seria tanto assim e nem que o dólar chegaria na casa dos R$ 4, já achávamos um absurdo ele estar na casa dos R$ 3, contaram. Eles ficaram sabendo dessa alta do dólar quando já estavam em Miami, e a partir desse momento a viagem acabou ficando estressante. Quando as compras são feitas com cartão de crédito no exterior, vem a taxa de IOF que é de 6% e tem a conversão do dólar com o valor cotado no dia do fechamento da fatura. Acabou que esse valor de R$ 30 mil ficou dividido em duas faturas, uma já veio no final do mês de agosto e a outra vem agora no final de setembro. O casal diz ainda que para a próxima viagem, a primeira coisa a se fazer é comprar a moeda norte-americana. Tínhamos apenas seis mil em dólar, o dinheiro acabou e então partimos para o cartão, mas é uma experiência que não pretendemos repetir. O economista Sérgio Bastos orienta, que as pessoas que vão usar tanto o dinheiro quanto o cartão de crédito em viagens internacionais, devem estar preparados para os gastos extras e para as mudanças cambiais. Com a fatura em mãos, o cliente deve calcular esse gasto feito com o cartão e então entrar em contato com a administradora para tentar uma saída ou até mesmo um parcelamento, diz. Bastos diz ainda que o cliente deve tentar ainda uma possibilidade, junto a administradora de flexibilizar o valor com câmbio mais baixo ou até mesmo desconto. Caso o cliente tenha como fazer o pagamento à vista, ele pode tentar com a administradora uma taxa de câmbio mais baixa, ou parcelamento sem juros, o interessante é tentar achar uma saída conjunta com a administradora do cartão, finaliza.