O dólar comercial fechou esta quinta-feira (31) em queda de 0,68%, a R$ 3,596 na venda. É a segunda baixa seguida, pois na véspera, a moeda norte-americana havia caído 0,47%.Com isso, a moeda encerra março com desvalorização de 10,17%, a maior queda mensal em 13 anos, desde abril de 2003, quando havia caído mais de 13%.No primeiro trimestre e no ano todo, a moeda acumulada recuou de 8,91%.Investidores continuavam de olho no cenário político. O dólar vem caindo nas últimas semanas conforme cresceram as chances de impeachment da presidente Dilma Rousseff.Muitos investidores apostam que eventual troca de governo poderia ajudar a resgatar a confiança no país, mas alguns ponderam que a instabilidade política tende a causar incertezas.Nesta sessão, o foco estava nos esforços do governo para se defender, com a participação do ministro da Fazenda, Nelson Barbosa, na comissão do impeachment.Investidores também estavam de olho na configuração partidária do governo, após notícia de que seis ministros do PMDB vão contrariar o partido e continuar em seus cargos.Não tem como fugir do noticiário político, que vai continuar sendo o fator mais importante do mercado local, disse o operador de uma corretora internacional à agência de notícias Reuters.Intervenção do BCO Banco Central atuou novamente no mercado de câmbio nesta sessão, com a venda de apenas 2.900 contratos de swap reverso, equivalentes à compra futura de dólares. No leilão, foram ofertados 17 mil contratos.Parece que o BC quer desacelerar a queda do dólar, mas não a qualquer custo, disse Glauber Romano, operador da corretora Intercam, à Reuters.Alguns operadores acreditam que o BC teria como objetivo evitar cotações muito baixas do dólar, para proteger as exportações em um momento de recessão econômica.Discutia-se, inclusive, a possibilidade do BC ter em vista o nível de R$ 3,60 como um limite, mas essa interpretação perdeu um pouco de força nesta sessão.