O dólar terminou a segunda-feira com alta firme ante o real, com a derrota do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, relativa à tramitação no Congresso do projeto de lei para revisar o sistema de saúde, o que provocou aversão ao risco e pressionou as moedas de países emergentes.O dólar avançou 0,68 por cento, a 3,1294 reais na venda, depois de bater na máxima do dia 3,1410 reais. O dólar futuro tinha alta de 0,69 por cento.A derrota de Trump traz imprevisibilidade ao mercado, disse o operador da Advanced Corretora, Alessandro Faganello, destacando que as divisas mais ligadas às commodities são as que mais sofrem.Após o cancelamento na sexta-feira da votação sobre reforma no sistema de saúde dos Estados Unidos, aumentaram as preocupações dos investidores de que Trump terá dificuldade para cumprir outras promessas de campanha, em particular sobre gastos e cortes de impostos.Líderes republicanos da Câmara dos Deputados desistiram de votar a matéria por falta de votos para aprová-la, apesar da forte pressão da Casa Branca e de aliados no Congresso, fazendo com que fracassasse a primeira grande iniciativa legislativa de Trump desde que assumiu a Presidência em janeiro.Nesta sessão, o dólar caía contra uma cesta de moedas, mas avançava ante a maioria das divisas de países emergentes, como os pesos chileno e mexicano, o rand sul-africano e a lira turca.A agenda carregada nesta semana também traz um pouco de cautela aos investidores, acrescentou Faganello ao citar, por exemplo, o anúncio do contingenciamento do orçamento da União deste ano e de possível aumento de impostos na terça-feira.Fonte da equipe econômica ouvida pela Reuters disse que o contingenciamento deve ficar em torno de 30 bilhões de reais. Outros 14 bilhões viriam de aumento de impostos e igual valor, de receitas extraordinárias.