Além dos frigoríficos Beef Nobre, em Campo Grande, e Fribrasil, em Caarapó, que anunciaram o encerramento das atividades, outras duas unidades do Estado correm risco de fazer o mesmo e todos os demais passam por situação difícil, segundo a Assocarnes (Associação de Matadouros, Frigoríficos e Distribuidores de Carnes de Mato Grosso do Sul).O setor tem dificuldades, em especial, por conta da falta de animais para abate, segundo o presidente da entidade, João Alberto Dias, que não revelou quais frigoríficos do Estado estão mais perto de interromper as atividades. “O grande problema é que muitos animais criados aqui saem vivos para outros Estados e não são abatidos pelos frigoríficos de MS”, explica.Até agora a informação é de que quase 1 mil trabalhadores serão demitidos. Para João Aberto, a concorrência desleal é o que impulsiona a crise em toda a cadeia, segundo João. Esse é o aspecto mais importante a ser considerado no estudo que o setor pediu para que o Governo do Estado faça na busca por uma solução.“Sabemos que o governo precisa manter a arrecadação, então não esperamos que abaixe impostos, mas crie uma regra tributária que proteja a indústria sul-mato-grossense, pois ela está desagregada do setor produtivo”, disse o presidente da Assocarnes, que participou de reunião ontem (31) com o governador Reinaldo Azambuja. Nela, ficou definido um estudo por técnicos da Sefaz (Secretaria de Estado de Fazenda) e da Assocarnes, que vai definir estratégias de investimentos na cadeia produtiva da carne no Estado.Prejuízos – Com o fechamento do Fibrasil, confirmado para se concretizar ontem (31) e do Beef Nobre, previsto para 14 de abril, já se vão mais de 800 empregos, segundo a associação. “É um prejuízo enorme para a população, em especial dos pequenos municípios, com Caarapó, onde estava a unidade do Fibrasil”, comentou João.Conforme a Assocarnes não ficou definida data para finalização do estudo para a criação de propostas para o setor. Segundo João, o governador se mostrou interessado em apresentar uma solução em breve. Porém, enquanto isso, os trabalhadores de dois frigoríficos cumprem aviso prévio e estão sendo realocados em outras unidades.