Em Fátima do Sul, o diretor-presidente da Agência de Desenvolvimento Agrário e Extensão Rural (Agraer), Enelvo Felini, participou do Dia de Campo em cinco pequenas propriedades do município e se reuniu com mais de 150 trabalhadores ligados a agricultura familiar da região. A visita foi promovida na sexta-feira (10).Acompanhado do prefeito Junior Vasconcelos e do coordenador municipal da Agraer de Fátima do Sul, Márcio Bonette, o diretor-presidente da Agência destacou a importância do contínuo trabalho na agricultura familiar dentro das chácaras, sítios e pequenos loteamentos em Fátima do Sul. “A maiorparte dos alimentos que chega as casas dos brasileiros é fruto da agricultura familiar. É gratificante ver que aqui há um excelente trabalhado da classe, apesar dos desafios. Nós, da Agraer, estamos aqui para auxiliar em tudo que estiver ao nosso alcance”, disse Felini.O sítio Bom Jesus foi um dos primeiros locais a fazer parte do roteiro de visita. No local, há um antigo projeto de irrigação a ser reativado. A propriedade conta, inclusive, com um reservatório com capacidade para armazenar até 4 milhões de litros de água. Além de uma extensa tubulação instalada que abastecerá, inicialmente, 25 famílias agrícolas.O proprietário do lugar, Valdeci Lima, conta que já existe um estudo da Agraer para ampliação desse atendimento. “Nossa meta é conseguir atender até 38 famílias nessa fase inicial. A instituição está avaliando o projeto para que haja liberação de R$ 100 mil para ser usado na manutenção deequipamentos, distribuição de kits de irrigação, entre outras melhorias”,detalhou.O dia de campo ainda incluiu um passeio pelas dependências do laticínio FatLeite, onde se pasteuriza mais de dois mil litros de leite/dia. O produto é do tipo integral e recebe envasamento em embalagem plástica, mais popularmente conhecido como leite de saquinho. A fábrica existe desde 1999 e conta com 25 produtores associados. Desse total, 12 comercializam através da venda direta ao consumidor, com entrega em mercados, padarias, frutarias e também pelo PNAE (Programa Nacional de Alimentação Escolar).*Hidroponia *Outro ponto alto de destaque em Fátima do Sul, foi a exposição do trabalho de hidroponia desenvolvido na Chácara Soares, do agricultor Jairo Souza. Com pouco menos de um mês de atuação nesse ramo sustentável, o espaço de 750 m² de área construída, possui capacidade para produzir 3.5 mil pés de alface, 2 mil maços de agrião, coentro, rúcula e couve e mil de salsicha.Considerada de cunho sustentável, Jairo explica que a hidroponia trata-se de uma técnica de cultivar plantas sem solo, onde as raízes recebem uma solução nutritiva balanceada que contém água e todos os nutrientes necessários. “Trouxe a técnica de uma horta de Anastácio. O que me motivoua prática foi o fato de que se tem uma boa produção mesmo em época de calor intenso, verão. Nesse período você consegue produzir sem perca alguma, visto que há uma estufa que protege as folhas dos raios solares e insetos. Também fazemos uso consciente da água e não usamos agrotóxicos”.*Diálogo Produtivo*Ao final do dia, foi a vez de Enelvo Felini se reunir com os produtores rurais da cidade. A reunião aconteceu no Conselho Municipal de Desenvolvimento Rural (CMDR) e contou com a presença de mais de 150 pessoas. “A expectativa em torno da visita do presidente da Agraer foi grande, pois não é todo dia que temos a possibilidade de promover esse espaço de diálogo direto entre o homem do campo e a diretoria do órgão.Tivemos a adesão total da classe nesse encontro. Quem não pode participar mandou alguém da família”, afirmou o coordenador da Agraer de Fátima doSul, Márcio Bonette.Quem compartilha da mesma opinião é o agricultor Valdeci Lima, “O encontro motiva o produtor a arriscar em novos rumos como é o caso da irrigação para frutas e hortaliças”, afirmou. O produtor disse ainda que na região boa parte cultiva soja e milho por falta de esclarecimento. “A maioria nãopossui muita intimidade com a cultura de frutas, por exemplo. Mas com o serviço de assistência técnica e o apoio da Agraer, no projeto de irrigação, acredito que esse cenário pode mudar. Nosso solo é excelente para o cultivo de goiaba e melancia”, garantiu.Outro ponto positivo apontado pelo trabalhador rural é a construção de um novo Ceasa na região da Grande Dourados. “Acredito que com a Ceasa em Dourados teremos uma economia com transporte. Hoje o problema maior para a gente é a comercialização, por conta da distância entre a zona rural e o grande centro consumidor. Às vezes, é melhor vender mais barato para osatravessadores do que perder tudo”, avaliou Valdeci.
Em Fátima do Sul, Agraer promove diálogo e troca de experiência com produtores rurais
Redação, Assessoria
13/07/2015 às 03:00 •