Quatro meses depois de ser impedida de abrir um crediário utilizando seu nome social, Leona Zanforlin, mulher trans de São Carlos (SP), firmou um acordo e recebeu uma indenização da loja de departamentos em que aconteceu o episódio.Jovem trans foi impedida de abrir crediário com o nome social Em nota sobre o caso, a Pernambucanas informou que sempre teve como orientação o respeito à diversidade, seja de raça, gênero, culturas e crenças.Em seus 108 anos de história, a empresa ressalta que valoriza e fomenta a diversidade, inclusive em seu quadro de colaboradores, em todas as unidades. A companhia orienta constantemente seus colaboradores no que tange aos assuntos relacionados a gênero e diversidade, diz o comunicado.PagamentoSegundo o advogado de Leona, Guilherme Dias, a loja procurou sua cliente após a repercussão do caso nas mídias sociais e informou que tinha interesse em realizar um acordo.“Durante a reunião, eles reconheceram que a Pernambucanas, no geral, não tem política voltada para a questão da pessoa transexual, não tem formação ou cuidado para que os funcionários saibam como agir nessas situações”, declarou.Ainda de acordo com Dias, a medida negociada entre as partes é mais ágil e garantiu que Leona não se desgastasse ainda mais com a situação. “O acordo extrajudicial é mais prático. Comparado ao Poder Judiciário, isso é infinitamente mais rápido”, afirmou.Ele também informou que a quantia acordada ultrapassa a de casos anteriores. “O valor recebido é superior ao que a Justiça comum dá em situações semelhantes. Na verdade, é bem mais alto que a maior jurisprudência que nós tínhamos”.Relembre o casoNo dia 24 de abril, Leona foi a uma loja da rede Pernambucanas em São Carlos para comprar dois roupões. No momento de efetuar o pagamento, uma funcionária ofereceu a abertura de um crediário e solicitou um documento com foto.De acordo com Leona, depois que a funcionária recebeu seu documento, emitido pela Secretaria de Segurança Pública (SSP), ela alegou que não poderia ser feito o crediário porque na assinatura constava o nome feminino e, no verso, o masculino. Disse ainda que isso iria acontecer com a trans em outras grandes lojas.Após o episódio, a jovem de 24 anos procurou a polícia e registrou boletim de ocorrência na Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) por acreditar ter sido vítima de transfobia.
Jovem trans impedida de abrir crediário com nome social recebe indenização
Redação, G1
25/08/2017 às 03:00 •