Jovem morreu depois de quebrar o pé em bar de Ponta Porã, MS Consumo de drogas e erro médico são duas suspeitas da Polícia Civil para a morte da jovem Gislene Costa Perez, de 24 anos. Ela quebrou o pé em um bar na fronteira com o Paraguai no dia 28 de janeiro e deu entrada no Hospital Regional de Ponta Porã, onde morreu horas depois de ter três paradas cardiorrespiratórias.A suspeita de consumo de droga está anotada no prontuário médico da paciente. No campo de dados clínicos consta a informação de que paciente refere entorse do pé direito após queda da própria altura. Paciente alcoolizado, provável consumo de drogas.Em outro campo do prontuário a equipe médica relata ainda que a paciente foi trazida pelo Corpo de Bombeiros com fratura de tornozelo direito, em bom estado geral, verbalizando e chorosa.A família de Gislene quer a exumação do corpo e não acredita em consumo de drogas, segundo informou à reportagem o advogado André de Oliveira. Ele disse que o pedido de exumação é uma das providências cabíveis que a família está tomando para apurar as causas da morte.Não é normal que uma jovem de 24 anos, por um problema no tornozelo, esteja morta horas depois de entrar em um hospital e receber alguma medicação. Estamos a par da suspeita e, na realidade, a família entende que não procede essa ligação [da morte com uso de drogas]. Ela tem uma vida pregressa impecável e nunca teve problema nesse sentido. E, se essa situação de droga não se comprovar, acaba agravando ainda mais o dano moral da família, explicou.InvestigaçãoO delegado responsável pelas investigações, Lucas de Caires, da 1ª Delegacia de Polícia Civil de Ponta Porã, disse à reportagem nesta quinta-feira (09) que já ouviu familiares da jovem e parte da equipe médica que fez o atendimento para apurar a hipótese de erro médico.Trabalhamos com duas linha de investigação. Foi retirado sangue dela e encaminhado para exame toxicológico e estamos aguardando o resultado desse exame para saber se houve consumo de substância entorpecente e estamos apurando também uma suposta falha médica. O inquérito é para averiguar se houve crime ou não, afirmou o delegado.Caso fique comprovado que não houve falha médica ou que a jovem usou algum tipo de substância ou qualquer outra causa de morte natural, não será crime, segundo o delegado.No atestado de óbito, no campo causa da morte, consta “causa indeterminada”. O caso foi registrado na 1ª Delegacia de Polícia Civil de Ponta Porã como morte a esclarecer. O laudo da perícia, que deve apontar o que causou a morte, tem até 30 dias para ficar pronto.Entenda o casoDe acordo com o boletim de ocorrência, Gislaine foi à uma festa em um barzinho da cidade acompanhada por um irmão, por volta das 23h30min (de MS), onde torceu o pé. Ela foi levada por parentes ao hospital, onde foi verificado que ela havia quebrado o pé, e ficou internada.No domingo, por volta das 08h00min, um irmão foi fazer uma visita e foi informado que Gislaine estava com problemas respiratórios, teria sofrido duas paradas cardíacas, havia sido estabilizada e aguardava uma ambulância para ser transferida para Dourados. Por volta das 10h00min, antes da chegada da ambulância, a estudante sofreu a terceira parada cardíaca e não resistiu.Família traumatizadaO irmão de Gislaine, Márcio Perez, conta que a família quer saber o que aconteceu com Gislaine e que está muito traumatizada com o caso e principalmente com falta de informações. Familiares fizeram uma manifestação no sábado, 04 de fevereiro, e disseram que se não conseguirem respostas vão promover novas manifestações.“Uma menina alegre, cheia de vida. Estamos revoltados. Sabemos que nada vai trazer a vida dela de volta, mas precisamos entender o que aconteceu. Ela não tinha nenhum problema de saúde, não sabemos se ela tinha alergia a algum medicamento, mas como que um pé quebrado pode terminar desse jeito”, comentou.