23/02/2015 16:55:00
O sistema prisional tem vivido meses de crise. Dentre os vários casos que viraram manchete nos veículos de comunicação de Mato Grosso do Sul, o último, revelado na semana passada, demostra que até mesmo os presídios de segurança máxima estão sendo entregues nas mãos dos internos. Informações prestadas por familiares de presos garantem que a situação é bem mais preocupante do que o revelado pelas autoridades estaduais.
Na quarta-feira passada, agentes prisionais da PED (Penitenciária Estadual de Dourados), antiga Harry Amorim Costa, desconfiaram do comportamento dos presos do Raio II e solicitaram a ajuda do Getam (Grupo Especializado Tático Motorizado) para uma operação pente-fino. O resultado das buscas nas celas de apenas um raio do presídio é surpreendente.
Os policiais e os servidores encontraram um buraco em uma cela, grande quantidade de armas de fabricação caseira, telefones celulares e até capuzes que seriam utilizados em uma possível tomada da cadeia.
Por meio de buscas na internet é possível identificar a quantidade de casos de motins, revoltas e até assassinatos em penitenciárias de regimes fechado e aberto em todo o Estado nos últimos meses.
CAPITAL
O primeiro caso que pode ser tomado como exemplo, é a rebelião de 400 detentas do presídio feminino Irmã Irma Zorzi, em Campo Grande. Durante um tumulto no dia 20 de outubro de 2014, elas teriam quebrado computadores, impressoras, televisores, camas e destruído documentos.
Foi necessária a realização de uma operação que envolveu o trabalho de 49 policiais do Batalhão de Choque da Polícia Militar em conjunto com o Bope (Batalhão de Operações Especiais) para conter as mulheres. As presas se rebelaram após a morte da colega Leda Barbosa Loredo, 39.
DOURADOS
No dia 25 de dezembro, o muro do Estabelecimento Penal Masculino de Regime Semiaberto e Aberto de Dourados amanheceu com marcas de bala. Dois carros passaram pelo presídio e efetuaram sete tiros no muro do portão lateral do prédio. A arma usada era de calibre 9mm.
TRÊS LAGOAS
No dia 7 de janeiro, presos da Penitenciária de Segurança Média de Três Lagoas ameaçaram fazer motim em protesto contra internos acusados de crimes sexuais. A Justiça local autorizou a transferência de 10 destes presos para outras penitenciárias do Estado, inclusive para a PED onde os detentos, antes mesmo de acontecer a transferência, também já organizavam protestos.
De acordo com notícias publicadas, os internos do presidio de Três Lagoas não aceitam que eles – condenados por crimes sexuais – permanecessem na Unidade. O ultimato a direção da penitenciária teria sido dado pelos “Cabeças” que ameaçaram iniciar uma rebelião no presidio, caso estes internos não fossem removidos naquela semana.
CAPITAL II
O Correio do Estado publicou em seu site, no dia 29 de janeiro deste ano, uma notícia que relata a descoberta de um túnel que seria usado para fuga de 11 presos em cela do pavilhão I, na Penitenciária de Segurança Máxima Jair Ferreira de Carvalho, em Campo Grande. O túnel tinha iluminação e ventilação própria e sua extensão era de mais de cinco metros de comprimento.
CAPITAL III
No dia 9 de fevereiro, o agente penitenciário, Carlos Augusto Queiróz de Mendonça, 44, foi executado a tiros no Estabelecimento Penal de Regime Aberto e Casa do Albergado. Ele estava na portaria fazendo controle de saída de presos que dormem no local e passam o dia fora quando um homem encapuzado e com capacete entrou e, sem falar nada, atirou. O servidor estava há 10 anos na Agepen.
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